Besi Brasil: setor externo foi surpresa negativa no PIB
O economista sênior do banco Besi Brasil, Flávio Serrano, destacou o impacto negativo do setor externo no Produto Interno Bruto (PIB), que recuou 0,5% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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"As exportações caíram muito na margem, 1,4%, mas as importações diminuíram apenas 0,1%. Por isso a influência do setor externo foi maior do que esperávamos e acabou sendo em parte responsável pela queda do PIB de 0,5%, enquanto prevíamos 0,3%", explicou.
Do lado da oferta, o economista chamou atenção para o resultado fraco do setor de serviços. "Projetávamos uma alta de 0,6%, mas cresceu somente 0,1%", disse. A indústria, segundo ele, surpreendeu positivamente ao subir 0,1%, já que a expectativa era de um desempenho negativo. Já a agricultura não surpreendeu, mesmo com o recuo de 3,5% no terceiro trimestre ante o segundo. "Já prevíamos uma queda desta dimensão e, além disso, é um setor que pesa menos no PIB. O impacto maior foi mesmo o de serviços", afirmou.
Serrano avaliou que o comportamento da demanda retratado pelo PIB, com aumento de 1% do consumo das famílias na margem, é resultado das políticas do governo. "Isso, aliado à queda do investimento (a Formação Bruta de Capital Fixo encolheu 2,2%), não é favorável para o controle da inflação, perpetua o cenário de estímulo ao consumo e baixa produtividade", disse. "Está faltando uma política de longo prazo focada no investimento e na produtividade, sem que isso comprometa a dinâmica inflacionária."
Serrano ainda disse que o Besi Brasil estima um PIB entre 0% e alta de 0,5% no quarto trimestre. Para 2013, a previsão do banco continua entre 2% e 2,5%.