Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que um em cada cinco desempregados está há dois anos em busca de trabalho no país. Dos 13,3 milhões de desocupados, 2,9 milhões estão nessa situação. O número é o dobro dos que estavam nas mesmas condições em 2015.

Especialistas acreditam que, a cada ano, a probabilidade de conseguir uma vaga fica mais distante. "A grande preocupação de uma crise de longa duração é que a pessoa que está desempregada há muito tempo não está se qualificando e perde a experiência no posto. Ela vai ter dificuldade para voltar ao mercado", explicou ao jornal O Globo o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

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Ainda de acordo com ele, no passado, o desemprego caiu consideravelmente pelo fato de recuperar pessoas que estavam fora do mercado. "Essas foram as primeiras a perder o emprego na hora do ajuste, e vão ter mais dificuldade para voltar. É a parte triste de uma crise tão longa. Cria um desempregado que está sem experiência. Somados aos que estão parados há pelo menos um ano, o número é alarmante: 5,2 milhões de brasileiros, ou quase 40% dos desocupados.