Com denúncia contra Temer, reforma da Previdência terá de esperar
Determinação do Planalto é que prioridade, agora, seja votação de processo que tem o presidente como alvo
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Economia Articulação
A Câmara dos Deputados deve deixar a votação da reforma da Previdência para depois que for resolvido o processo contra o presidente da República, Michel Temer. Dessa vez, ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstrução de justiça e organização criminosa.
"Não dá para tentar votar tudo ao mesmo tempo. Não há capital político para isso. Nossa prioridade será a denúncia", avisou um articulador político do governo, ao blog do Gerson Camarotti, do portal G1.
A determinação do Planalto é que a votação da denúncia em plenário seja prioridade, apesar dos apelos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em prol das alterações no texto.
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“A agenda da reforma da Previdência e de outras reformas econômicas vai muito além de um governo, de um determinado momento do país. Está claro que, a manter a presente trajetória fiscal, o Brasil terá problemas importantes e sérios nos próximos anos”, declarou o ministro, no último dia 9, após reunião com Temer sobre o assunto.
À época, quando a segunda denúncia contra Temer ainda não havia sido apresentada, a expectativa do governo era votar a reforma até o mês de outubro. Para Meirelles, os parlamentares que pretendem concorrer nas eleições de 2018 e participar do governo em 2019 são os maiores interessados na aprovação da reforma da Previdência neste ano.
“A gente pressupõe que as reformas fundamentais estão sendo aprovadas e que o teto de gastos está sendo implementado, mas evidentemente, para que isso se consolide, a reforma da Previdência é fundamental”, advertiu Meirelles.