Fundos batem recorde de captação, mas previdência cresce menos
Euforia passou longe dos produtos em que os planos de previdência investem, segundo dados da Anbima
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Economia FUNDOS-INVESTIMENTOS
A captação líquida -diferença entre aplicações e resgates- dos fundos de investimento bateu recorde em setembro, mas essa euforia passou longe dos produtos em que os planos de previdência investem, segundo dados da Anbima (associação das entidades de mercado) divulgados nesta segunda (9).
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Enquanto a indústria de fundos viu a captação líquida disparar 165,9% até setembro ante o mesmo período de 2016, para R$ 220,7 bilhões, nos fundos de previdência o crescimento foi de 1,4%. Em valores, a captação líquida passou de R$ 29 bilhões para R$ 29,4 bilhões no período.
Como comparação, os fundos multimercados -que podem investir em renda fixa, mas também em câmbio, ações e no exterior- viram sua captação disparar 384% no acumulado até setembro, para R$ 75,5 bilhões.
Já os fundos de renda fixa, considerados opção tradicional dos investidores, tiveram crescimento de 170,3% na captação líquida até setembro, para R$ 88,4 bilhões, de acordo com a Anbima.
"A indústria de previdência teve um começo de ano mais difícil do que em anos anteriores, mas veio se recuperando no último trimestre. O começo do ano teve muita indefinição, o que impactou a captação desses produtos. Mas no terceiro trimestre,a demanda voltou", ressalta Carlos Ambrósio, vice-presidente da Anbima.
O retorno, porém, também acontece em um ritmo inferior ao observado em outras categorias. Entre julho e setembro, a captação em fundos de previdência cresceu 16,7%, para R$ 11,1 bilhões. A indústria em geral teve avanço de 137,1% no terceiro trimestre, para R$ 90,1 bilhões. Nos multimercados, houve expansão de 186,3%, para R$ 29,8 bilhões.
OTIMISMOAo comentar o crescimento da indústria nos primeiros nove meses do ano, Ambrósio afirmou que os dados já refletem a recuperação da economia brasileira."Com o cenário econômico mais benigno, a gente enxerga um apetite cada vez maior pelo risco e uma demanda maior por fundos de ações e multimercados, que ganham força no cenário atual de queda de juros", diz.
As pessoas físicas foram o principal motor do crescimento da captação. Até agosto, a captação líquida no varejo e no private banking -alta renda- responderam por 57,6% do total de R$ 221,1 bilhões.
"As pessoas físicas foram muito importantes para a indústria e vão continuar sendo daqui para a frente, quando tivermos um patamar de juros mais baixo. A demanda por fundos de ações e multimercados vai crescer ainda mais, assim como investimento no exterior", destaca.
Os fundos de ações saíram de captação negativa de R$ 2,1 bilhões até setembro de 2016 para saldo positivo de R$ 4,6 bilhões neste ano. A indústria de fundos de investimento encerrou setembro com R$ 4 trilhões de patrimônio líquido distribuído em 15.740 fundos. Com informações da Folhapress.