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MPF denuncia irmãos Batista por manipulação de mercado

Empresários foram denunciados por uso indevido de informações privilegiadas para obter lucro no mercado financeiro

MPF denuncia irmãos Batista por manipulação de mercado
Notícias ao Minuto Brasil

14:51 - 10/10/17 por Taís Hirata

Economia Uso de informações

O Ministério Público Federal denunciou Wesley e Joesley Batista, controladores do grupo J&F, por uso indevido de informações privilegiadas para obter lucro no mercado financeiro. A denúncia foi feita à 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

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Wesley pode ser condenado a uma pena de 3 a 18 anos. Ele estaria à frente da operação de compra de dólares entre os dias 28 de abril e 17 de maio, dia do vazamento da delação. Só neste dia, o grupo faturou US$ 751,5 milhões.

Joesley não será responsabilizado pela operação de câmbio, mas, assim como Wesley, foi denunciado por manipulação de mercado na compra e venda de ações da empresa, e poderá pegar pena de 2 a 13 anos de prisão.

O inquérito da Polícia Federal apurou se os irmãos Batista se posicionaram no mercado sabendo que a divulgação do conteúdo de suas próprias delações premiadas e de executivos da holding J&F Investimentos, envolvendo o presidente Michel Temer, mexeriam com os mercados brasileiros. As informações vieram à tona em meados de maio, levando a um forte recuo dos preços de ativos brasileiros. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos Batista.

POLÍCIA FEDERAL

Joesley e Wesley Batista, que tiveram pedido de liberdade negado no final de setembro pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negam terem cometido qualquer irregularidade no mercado financeiro.

Segundo a Polícia Federal, a empresa FB Participações, que é 100% dos irmãos Batista e detinha uma fatia de 42,5% da JBS, vendeu 42 milhões de ações da processadora de carne por aproximadamente R$ 372 milhões antes do vazamento da delação, enquanto a JBS posteriormente as recomprou no mercado. Essa movimentação permitiu aos executivos da FB Participações evitar um prejuízo potencial de R$ 138 milhões, de acordo com a PF.

A investigação também abrange a compra de cerca de US$ 2 bilhões em contratos futuros de dólar ao preço de R$ 3,11 pela JBS, segundo a PF. Apenas na véspera da divulgação do acordo de colaboração foram comprados US$ 473 milhões.

"Em atuação conjunta com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a PF pôde trazer à investigação provas robustas de que a determinação das operações financeiras partiu dos irmãos Batista", afirmou a PF.

A JBS afirmou em comunicado à imprensa que não teve acesso ao relatório da PF e reiterou que "as operações de recompra de ações e derivativos cambiais em questão foram realizadas de acordo com perfil e histórico da companhia que envolvem operações dessa natureza".

A companhia, dona de marcas como Friboi, Swift e Seara, acrescentou que "tais movimentações estão alinhadas à política de gestão de riscos e proteção financeira e seguem as leis que regulamentam tais transações".

A JBS citou ainda um estudo contratado pela companhia junto à Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) que afirma que "havia subsídios econômicos para a estratégia de derivativos cambiais adotados pela companhia e que recompras pela JBS este ano "são normais quando comparadas às do período imediatamente anterior". Com informações da Folhapress.

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