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Especialista afirma que a 'era do dólar' está chegando ao fim

Para estrategista de banco dinamarquês, a moeda norte-americana vem se tornando disfuncional

Especialista afirma que a 'era do dólar' está chegando ao fim
Notícias ao Minuto Brasil

09:37 - 15/10/17 por Notícias Ao Minuto

Economia Desgaste

As mudanças geopolíticas que atualmente ocorrem no mundo apontam para a necessidade urgente de substituir o dólar, que cada vez mais se torna uma moeda de reserva disfuncional, disse John Hardy, estrategista do banco dinamarquês Saxo Bank.

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De acordo com o especialista, há três fatores que explicam o fim da "era do dólar": o primeiro fator é o papel crescente que a China desempenha hoje no comércio global e nos mercados financeiros. Sendo a maior economia do mundo, os Estados Unidos vivem sempre acima das suas possibilidades. Durante muitos anos, o país tem exportando a sua moeda nacional usando títulos do tesouro. Como se não bastasse, todas as operações comerciais relacionadas com a compra e venda do petróleo se realizavam em dólares.

Entretanto, recentemente a China, que é o maior importador de petróleo no mundo, deu o primeiro passo para acabar com o domínio do dólar. Pequim lançou contratos de futuros de petróleo em yuans, com sua possível conversão em ouro. Essa mudança é fundamental para o comércio global de petróleo, afirmou Hardy.

Em particular, a medida permitirá à China reduzir suas grandes reservas de dólares. Além disso, se a China, que também acumulou enormes reservas de ouro nos últimos anos, permitir que qualquer seu parceiro converta seus rendimentos de yuan diretamente em ouro, isso poderá reduzir o interesse dos países exportadores de petróleo em manter suas reservas em dólares.

Desta forma, a China põe à prova de forma indireta os parceiros tradicionais dos Estados Unidos, como a Arábia Saudita, que também poderão optar pelo yuan em vez do dólar.

O segundo fator está relacionado com a tensão na península da Coreia e, especialmente, com as tentativas da Coreia do Norte de manter seu estatuto de potência nuclear. É interessante como esses planos das autoridades norte-coreanas afetarão as relações entre a China e os Estados Unidos e que posição o Japão assumirá.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, recentemente ordenou preparar um estímulo fiscal no valor de dois trilhões de ienes ($R 56 bilhões). Dado que este estímulo será investido na economia nacional, a moeda japonesa poderá se fortalecer em relação ao dólar.

Finalmente, a terceira causa que poderia contribuir para o fim da era do dólar como moeda de reserva principal no mundo é o agravamento das relações entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE). Será interessante ver qual a política que a UE escolherá após as recentes eleições na Alemanha: "a de uma superpotência independente ou não", pergunta-se Hardy. Com informações do Sputnik Brasil.

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