Feirão de imóveis deve aquecer mercado de SP, dizem empresários
Abertura do evento ocorreu nesta sexta-feira
© Fernanda Carvalho / Fotos Públicas
Economia Setor
A segunda edição do feirão imobiliário Viver Bem, Morar Melhor deve movimentar em 2017 mais negócios do que em 2016, ajudando a aquecer o mercado, segundo expectativas de empresários do setor que participaram da abertura do evento na manhã desta sexta-feira, 20.
"A economia brasileira está melhor do que no ano passado", explicou o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio França, citando a queda dos juros e da inflação, além de uma incipiente criação de empregos. "Com a taxa de juros mais baixa, a prestação da casa própria fica mais acessível ao bolso dos consumidores", completou.
França lembrou ainda que o déficit habitacional está na ordem de 6 milhões de imóveis no País, dos quais cerca de 1,5 milhão estão concentrados no Estado de São Paulo. "Há uma forte demanda por imóveis, especialmente entre a população de baixa renda."
A segunda edição do feirão Viver Bem, Morar Melhor começou nesta sexta e vai até domingo, no centro de convenções São Paulo Expo, localizado na zona sul da cidade. Durante o evento, serão ofertados 25 mil imóveis novos, considerando unidades na planta, em obras e recém-construídas, na capital, região metropolitana, litoral e interior. A maioria dos apartamentos é destinada à população de baixa renda e é negociada por valores até R$ 220 mil.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto, o feirão tem potencial para aquecer o mercado imobiliário, apesar das adversidades da economia brasileira. "Esse será um evento importante, especialmente neste momento de escassez de crédito imobiliário", comentou Ferraz.
A edição de 2016 registrou a comercialização de 800 unidades. Esse montante corresponde a mais da metade das vendas médias dos últimos 12 meses na cidade de São Paulo, que estão em cerca de 1,8 mil unidades. A expectativa é de que a segunda edição do evento ganhe visibilidade e atraia mais visitantes. A primeira edição, em 2016, foi realizada no Ginásio do Ibirapuera, enquanto esta edição migrou para o São Paulo Expo, para aumentar a capacidade de atendimento ao público.
O feirão deste ano terá imóveis de 23 incorporadoras, que, segundo a organização do evento, se comprometeram a oferecer condições especiais de venda que podem reduzir as despesas com a compra do imóvel em até 10%, na comparação com uma aquisição regular nos estandes das empresas. Essa redução se dará pela oferta de descontos e custeio da documentação necessária para a transação, como registro do imóvel e pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
O evento é organizado pelo governo do Estado de São Paulo em parceria com as associações de empresas do mercado imobiliário.
Agentes da Caixa Econômica Federal também estão presentes no local para agilizar a análise de crédito e a concessão de financiamento imobiliário.
O governo do Estado de São Paulo concederá um subsídio chamado de "cheque moradia" de R$ 5 mil a R$ 40 mil para a compra do primeiro imóvel, no valor limite de R$ 220 mil, por servidores públicos estaduais (ativos ou inativos) com renda mensal até o limite de R$ 5.280. A ajuda também vale para as famílias que recebem o auxílio-moradia da CDHU. O restante da população também pode participar do feirão, mas não receberá subsídios.
"Nos comprometemos a liberar R$ 40 milhões em subsídios. É um dinheiro a fundo perdido para ajudar na aquisição da moradia. As pessoas não vão precisar pagar", ressaltou o governador de SP, Geraldo Alckmin. Na primeira edição, os aportes do governo totalizaram R$ 18,4 milhões. "Além disso, o setor privado está dando a documentação quase de graça. É uma grande oportunidade para a compra do imóvel", disse.