Um ano depois de anúncio, Temer entrega primeiros cartões-reforma
Em discurso, o presidente afirmou que a elaboração do cartão reforma teve um "cuidado extraordinário" para ser implementado no país
© Marcos Corrêa/PR
Economia Habitação
Um ano depois do lançamento do cartão-reforma em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer organizou outro evento para entregar R$ 6 mil do programa federal de habitação a três primeiros beneficiados.
Uma reprodução gigante, parecida com os cheques dos programas de TV, foi providenciada para que fosse feita uma foto dos beneficiados com Temer e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
+ Ministro Bruno Araújo, do PSDB, entrega carta de demissão a Temer
Em discurso, o presidente afirmou que a elaboração do cartão reforma teve um "cuidado extraordinário" para ser implementado no país.
"Nós tivemos um cuidado extraordinário de organizar muito bem a estrutura do cartão reforma. Para ter início, ele precisava estar formatado de uma maneira para dar bons resultados", disse.
Na fala, o presidente esqueceu o nome de um dos beneficiados do cartão e teve de recorrer às suas anotações.
Em discurso, o ministro das Cidades, que pediu demissão pouco antes da cerimônia, disse que o cartão consolida um tripé do governo federal na área da habitação, junto com o Minha Casa, Minha Vida e a política nacional de regularização fundiária.
Para tentar aprovar a reforma previdenciária, os cargos dos ministros tucanos, como o de Araújo, devem ser entregues para partidos do centrão, como PP, PR e PTB.
Segundo o tucano, inicialmente, serão atendidos municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco que foram atingidos por calamidades naturais.
"O país responde com velocidade a governança. Eu testemunhei isso nesse período no ministério", disse Araújo.
O valor médio do cartão, direcionado a famílias de renda familiar mensal de até R$ 2.811, é de R$ 5 mil, mas o valor varia entre R$ 2 mil e R$ 9 mil. No total, foi direcionado R$ 1 bilhão do Orçamento da União.
O cartão-reforma foi anunciado por Temer pela primeira vez em 31 de outubro do ano passado, durante o programa "A Voz do Brasil".
UM ANO DEPOIS
O lançamento foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto em 9 de novembro do ano passado, onde foi anunciada a medida provisória implementando o cartão. A lei foi sancionada em 28 de abril.
Em julho, o presidente Temer cogitou ir a Caruaru (PE) para entregar os primeiros cartões, mas a agenda foi cancelada por conta da denúncia apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Foi assinada portaria para que o cartão-reforma atenda a famílias atingidas por enchentes nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Alagoas e Pernambuco.
INCENTIVOS
Também presente ao evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que "incentivos a setores específicos neste momento são muito importantes".
"O Brasil atingiu seu pior momento entre o final do primeiro trimestre do ano passado e o segundo trimestre. Começamos nosso governo com uma recuperação da economia que se consolidou neste ano."
De acordo com o ministro, em momentos de crescimento "é normal" que haja diferenças setoriais. "Há segmentos que crescem mais rapidamente, segmentos que crescem menos, outros que não estão crescendo. Usando uma metáfora médica, o paciente Brasil já saiu da UTI, já não corre mais risco. Agora estamos no momento de tomar medidas necessárias para que o paciente leve uma vida saudável e produtiva".
Ele destacou que agricultura, indústria, serviços e consumo das famílias, em especial a compra de bens duráveis, está reagindo.
"O consumo de geladeiras, batedeiras, televisões é um investimento feito pelas famílias. O investimento em máquinas e equipamentos também está indo muito bem, quando olhamos os investimentos em construção civil, este está um pouco atrás, é normal que demore em relação aos demais setores. É um setor que gera empregos, temos que olhar com cuidado". Com informações da Folhapress.