Bolsa tem alívio e sobe 2,4% com Petrobras e bancos; dólar cai quase 1%
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, se valorizou 2,38%, para 72.511 pontos
© Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Economia Mercado financeiro
Os investidores voltaram do feriado da Proclamação da República de olho em balanços de empresas e a Bolsa brasileira reagiu a esse ânimo e subiu, apoiada em Petrobras e nas ações de bancos. O dólar acompanhou o exterior e fechou em baixa de quase 1% nesta quinta (16).
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O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, se valorizou 2,38%, para 72.511 pontos.
O dólar comercial se desvalorizou 0,96%, para R$ 3,280. O dólar à vista, que fecha mais cedo, recuou 1,11%, para R$ 3,279.
No cenário doméstico, permanecem dúvidas sobre a votação da reforma da Previdência, com incertezas sobre se o governo conseguirá passar mesmo uma versão enxuta das mudanças.
Para tentar angariar os votos que faltam para passar a proposta, o governo busca agilizar uma reforma ministerial, que poderia ser iniciada com a saída de Bruno Araújo da pasta das Cidades.
Sob pressão da base aliada, o presidente Michel Temer disse que vai reavaliar a decisão de fazer uma reforma ampla no fim desse ano. Ele agora estuda realizar substituições pontuais no primeiro escalão.
Mesmo que consiga, ainda restam duvidas sobre se haverá tempo hábil para que Câmara e Senado apreciem o texto neste ano. Em 2018, com as eleições, as chances de aprovação da reforma diminuem consideravelmente, na avaliação de analistas.
"O mercado está assumindo que, desta vez, pode realmente passar a reforma. Os políticos estão empenhados em aprovar o texto, nem que seja uma reforma enxuta. Aparentemente, o mercado está pagando para ver se isso realmente vai ocorrer", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
AÇÕES
Além do cenário político, os investidores focaram em resultados de empresas nesta sessão. As ações da Natura dispararam 10,09% após a companhia reportar lucro de R$ 61 milhões no terceiro trimestre. É uma queda de 16,6% na comparação anual, mas a receita da empresa cresceu com uma expansão acelerada após a aquisição da marca britânica The Body Shop.
Dos 59 papéis do Ibovespa, 57 subiram e só dois caíram: CSN (-0,81%) e Braskem (-0,67%).
Depois de liderar as baixas do índice na terça, com queda de 8%, as ações da Petrobras recuperaram parte das perdas nesta sessão. Os papéis mais negociados da estatal subiram 3%, para R$ 15,81. As ações ordinárias avançaram 1,87%, para R$ 16,35.
Os preços do petróleo fecharam em baixa nesta quinta, pressionados pela produção e pelos estoques crescentes nos Estados Unidos. A baixa, porém, foi limitada pelas expectativas de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) estenda sua produção.
A desvalorização do preço do minério no exterior não afetou as cotações da Vale nesta quinta. Os papéis da mineradora fecharam em alta superior a 1%. As ações ordinárias da Vale subiram 1,37%, para R$ 32,60. Os papéis preferenciais avançaram 1,30%, para R$ 30,32.
Os papéis de bancos também foram destaque no dia. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram valorização de 5,48%. Os papéis do Itaú Unibanco subiram 2,52%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram alta de 2,61%, e as ordinárias ganharam 2,20%. O Banco do Brasil subiu 4,74%.
DÓLAR
A reforma tributária americana segue no radar dos investidores. Nesta quinta, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto republicano por 277 votos contra 205, sendo que 13 deputados republicanos votaram contra.
A moeda americana perdeu força ante 18 das 31 principais divisas mundiais.
O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) caiu 2,02%, para 179,8 pontos, após cinco altas seguidas.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram dia de queda. O DI para janeiro de 2018 caiu de 7,169% para 7,162%. A taxa para janeiro de 2019 recuou de 7,270% para 7,260%. Com informações da Folhapress.