Aliados usam tática do impeachment para sondar reforma da Previdência
Segundo Maia, votação pode ficar para 2018
© Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Economia Câmara
Aliados do Palácio do Planalto querem adotar a mesma estratégia usada no impeachment da então presidente Dilma Rousseff para verificar as chances reais de se aprovar a reforma da Previdência.
Parlamentares propuseram que se monte um time de 30 deputados para que cada um fale com uma média de dez colegas. A ideia é verificar a intenção de voto e os "problemas" que incomodam os votantes.
"Se não pegar na unha, não adianta", diz o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos defensores da estratégia.
+ Licitação para privatizar Anhembi deve ser aberta no 1º tri de 2018
Mansur, que é um dos mais aguerridos defensores do governo Michel Temer e faz tabelas de intenções de votos em matérias cruciais para o Planalto, disse ainda não ter retomado suas planilhas. Quer antes ter um termômetro do plenário da Câmara.
Sob condição de anonimato, um parlamentar que faz a ponte entre o Palácio do Planalto e o Congresso disse que o governo contabiliza hoje entre 230 e 240 votos a favor da reforma da Previdência.
A projeção mais otimista no Planalto é de 275 votos.
Como se trata de uma PEC (proposta de emenda à Constituição), são necessários 308 votos para aprovar o texto.
Um outro deputado, que também falou sob condição de anonimato, disse que é preciso conversar com cada parlamentar porque entende que os líderes partidários não estão repassando o cenário real de suas bancadas.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia estabelecido o dia 6 de dezembro como data para votar a PEC em primeiro turno.
Nesta segunda-feira (27), em São Paulo, Maia disse que a reforma pode ficar para 2018.
Nesta terça-feira (28), o líder do PSDB, Ricardo Tripoli (SP), disse que o partido está terminando um documento com propostas de alteração das regras da Previdência em relação a aposentadoria por invalidez permanente e regras de transição para servidores públicos.
"Há um início de negociação. O relator [deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)] está disposto a receber este material. O PSDB tem interesse em ajudar nas reformas", afirmou Tripoli.
O deputado tucano negou que a apresentação das propostas tenham viés populista e eleitoral.
"Não há preocupação com a questão eleitoral", afirmou.
Para Tripoli, a incorporação das sugestões do PSDB "amplia muito o número de votos na bancada", que tem 46 deputados. Com informações da Folhapress.