Como gastar seu 13º salário sem se endividar
Mais de R$ 200 bilhões serão injetados na economia neste fim de ano com o pagamento do salário extra
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Economia Bolso
Dinheiro muito aguardado pelos trabalhadores, o 13º salário deve injetar mais de R$ 200 bilhões na economia neste fim de ano. Com o dinheiro na mão, surgem as dúvidas: é melhor pagar as dívidas? Faço um investimento? Compro presentes? Especialistas avaliam que tudo depende dos seus objetivos e do seu grau de endividamento.
Quitar dívidas, caso você as tenha, é a primeira recomendação. O 13º salário pode ajudar a se livrar dos juros. Ao antecipar o pagamento de um financiamento ou empréstimo, esse custo da dívida é abatido e, no fim das contas, você paga uma fatura menor.
“Para que seja feito um bom uso deste dinheiro extra, recomenda-se planejar o seu destino. O ideal é estabelecer prioridades, sendo que o pagamento de dívidas deve ser a primeira delas”, explica a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti.
Segundo ela, depois de quitar as contas, pode ser uma boa ideia deixar algum dinheiro para cobranças futuras, que você já sabe que devem ocorrer, como matrícula escolar e impostos. “Depois de pagas as dívidas, uma boa ideia é estimar os gastos que aparecem em todo início de ano, como IPVA e IPTU, matrícula, uniforme e material escolar, dentre outros”, ensina. Marcela Kawauti ainda sugere que depois de cumprir todas essas etapas, o que sobrar, se restar algo, pode ter dois fins: para criar uma poupança e para as compras de presentes para as festas de fim de ano.
Planejamento para o 13º salário
O educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, faz avaliação semelhante. Mesmo para os que estão com as contas em dia, é preciso ponderar e planejar o uso desse dinheiro. “Poupar e aplicar parte dos recursos são hábitos que fazem muita diferença, seja para realizar sonhos ou para uma aposentadoria mais confortável”, argumenta. “Quem ainda assim decidir que o melhor é comprar presentes deve tomar algumas precauções, como optar pelo pagamento à vista, pesquisar preços e evitar ao máximo o endividamento”, explica.
Especialistas em finanças recomendam que se faça uma planilha, no computador ou no papel, com todos os gastos que precisam ser feitos no período. Depois de fazer uma lista completa de tudo que precisa ser pago, veja o total e desconte do valor do salário e do 13º salário. Essa contabilidade te ajudará a ter um controle do que está sendo gasto.
Se já neste primeiro momento houver uma sobra considerável de dinheiro, uma recomendação é tirar uma parte e deixar aplicado. Uma ideia é pensar que aquele valor é um presente para você mesmo, como uma espécie de primeiro passo para começar uma poupança. Agora, se a decisão for pelas compras, tente pagar o máximo possível de coisas à vista e evitar os parcelamentos longos.
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Cenário positivo para o comércio
Para o comércio, esse é o melhor momento do ano. Essa injeção de dinheiro na economia, somada à melhora do cenário, levou mais otimismo para os empresários. Não à toa, a confiança dos comerciantes disparou em novembro. Na comparação com igual mês do ano passado houve um salto de 10,6%.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas de Natal devem crescer 4,3% frente ao ano passado – o primeiro aumento desde 2014. “A melhora gradual da atividade econômica, a desaceleração da inflação e a redução dos juros e do custo do crédito vêm beneficiando o poder de compra das famílias e impulsionando aos poucos as vendas do comércio”, afirma Juliana Serapio, assessora econômica da CNC. Com informações do Portal Brasil.