Trabalhadores temem demissões com possível fusão entre Boing e Embraer
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa brasileira emprega cerca de 19 mil pessoas
© Roosevelt Cassio / Reuters
Economia Receio
Nessa quinta-feira (21), foi anunciada uma possível fusão entre a Boing e a Embraer. A notícia foi recebida com preocupação por parte dos trabalhadores da empresa brasileira, que temem demissões.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a Embraer emprega cerca de 19 mil pessoas. Destas, 16 mil estão lotadas na unidade de São José dos Campos (SP), onde está localizada a sede da empresa.
Lá, o clima é de insegurança. "Fica uma insegurança, pois não sabemos o que vai acontecer", disse Ronaldo Monteiro Lemos, que atua há três anos na unidade.
"Dá medo de uma transferência da fábrica para os Estados Unidos", disse Luiz Fabiano Pinheiro.
"É tudo muito recente, ainda não dá para saber se será bom ou ruim para nós", disse Alexandre Sandin Neves.
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De acordo com informações do portal G1, o receio quanto ao encerramento das atividade pela empresa começou ainda em 2015, quando a empresa levou a produção do Phenom 100 e 300 para os Estados Unidos.
"Para a Boing levar toda a operação para fora do país não custa nada", disse um funcionário que não quis se identificar.
No entanto, há também que acredite em uma melhora. "A Boing é uma líder mundial, pode acrescentar muita coisa boa", disse Mateus Luiz Castro.
Já o sindicato não vê a negociação com bons olhos. "A Embraer não vende para o Brasil, o mercado dela é no exterior, acreditamos que é nisso que a Boing vai pensar. Nossa preocupação é com a questão trabalhista e também com a defesa da soberania nacional", disse o diretor da entidade, Herbert Claros.
"As demissões a 'conta-gotas' já vem acontecendo e acreditamos totalmente que há o risco de demissões em massa, não amanhã, mas em um futuro próximo", continuou.
A entidade informou que irá protocolar, nesta sexta-feira, pedido de informações à Embraer e que fará uma campanha junto aos funcionários, com o objetivo de mobilizar os trabalhadores. Entre as medidas possíveis estão greves.
A Embraer ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas divulgou nota, ontem (21), reforçando que a fusão está em negociação. "Não há garantias de que estas discussões resultarão em uma transação", diz parte do texto.