Bolsa sobrevive à crise política e lidera investimentos em 2017
Ibovespa, uma das ações mais negociadas, acumulou valorização de 26,9% e terminou o ano aos 76.402 pontos
© Paulo Whitaker/Reuters
Economia Ranking
Em um ano dividido em antes e depois do vazamento da delação de Joesley Batista, da JBS, a Bolsa brasileira conseguiu se descolar da crise política e liderou o ranking elaborado pela Folha de S.Paulo com o desempenho dos principais investimentos em 2017.
O Ibovespa, uma das ações mais negociadas, acumulou valorização de 26,9% e terminou o ano aos 76.402 pontos. Com isso, os fundos de ações indexados ao índice, alternativa para quem quer aplicar em Bolsa, subiram 31,6%.
Foi o segundo ano de valorização da Bolsa -em 2016, a alta foi de 38,9%.
Já o dólar teve alta mais comedida, de 1,78%, e terminou o ano a R$ 3,31. Os fundos cambiais, opção para investidores que precisam acompanhar a variação de moeda estrangeira, tiveram valorização de 3,35%.
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O chamado "Joesley Day" foi um divisor de águas no mercado financeiro. Nos primeiros cinco meses do ano, a Bolsa subia 12% e o dólar caía 4,6%, conforme o governo passava medidas importantes para o ajuste fiscal, como a reforma trabalhista e esboços da Previdência.
Em 18 de maio, dia seguinte ao vazamento da delação, a Bolsa travou seus negócios pela primeira vez desde 2008, e o dólar foi a R$ 3,39. Nos meses seguintes, ela retomou o fôlego e volta ao patamar pré-Joesley em 7 de agosto.
"Vivemos um ano de duas fases. Caminhávamos para um cenário de inflação convergindo à meta, percepção de risco em queda e resgate da credibilidade do Banco Central. Aí desabou tudo", diz Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial.
REFORMA
Depois disso, Bolsa e câmbio reagiram com a expectativa de aprovação da reforma da Previdência, o que levou o Ibovespa a bater sucessivos recordes -na máxima, chegou a 76.989 pontos, em 13 de outubro. O adiamento da votação jogou o mercado em compasso de espera. "Ainda há uma certa preocupação do investidor com relação à reforma da Previdência, mas há uma aura de pequena recuperação", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Na renda fixa, a queda de juros diminuiu o retorno de produtos conservadores. "A gente começou o ano com Selic a 13%. Estamos em 7%, menor taxa da história. Muda bastante o cenário para investimentos daqui para frente", diz Luciano Tavares, presidente da Magnetis.
A poupança também foi afetada pela queda da Selic e rendeu 6,6%. Já o bitcoin, caracterizado pela volatilidade, teve alta de 1.362,3% no ano. Com informações da Folhapress.