Alta do PIB: dez fatores que explicam a recuperação da economia em 2017
Os fatos que contribuíram para os números animadores vão além da queda dos juros e a liberação para saques das contas inativas do FGTS
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Economia Confiança
Após dois anos de retração, finalmente o Produto Interno Bruto (PIB) conseguiu respirar em 2017. Mas os fatores que contribuíram para os números animadores vão além da queda dos juros e a liberação para saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), determinação estabelecida pelo presidente Michel Temer, no ano passado.
O crescimento do PIB no ano passado foi de 1,0%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o G1, a primeira pesquisa "Focus" de 2017, ao contrário do que foi anunciado hoje, apontava um salto de apenas 0,5%. Na ocasião, foram ouvidos pelo Banco Central aproximadamente cem analistas de mercado.
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Veja dez motivos que podem ter motivado a alta do PIB:
- Superafra: favorecida pelo clima, agropecuária teve colheita recorde em 2017 e cresceu 29,5% em relação a 2016. Sozinho, o setor, que teve crescimento de 13% no PIB, foi responsável por 0,7% da economia do ano passado.
- Queda da inflação: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 2017 com alta acumulada de 2,95%, resultado 3,34 pontos percentuais inferior aos 6,29% de 2016. É o menor número desde a taxa de 1998 quando foi de 1,65%.
- Queda dos juros: o Banco Central anunciou no último dia 7 corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do país, levando a Selic a 6,75% ao ano, novo piso histórico. Foi a 11ª redução seguida.
- Saques das contas do FGTS: após aprovação do Senado, trabalhadores puderam sacar recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sem a carência de três anos. Foram beneficiados os trabalhadores que pediram demissão até 31 de dezembro de 2015 ou que não tenham conseguido sacar os recursos no caso de demissão por justa causa.
- Aumento do consumo das famílias: eventos como o Black Friday ajudaram a impulsionar vendas do comércio em novembro. O comércio varejista é um exemplo de superação. Cresceu 2%. O que também saltou foi o consumo das famílias, que aumento 1% em 2017, além do rendimento médio real do brasileiro, que apresentou melhoras: 1,6% no 4º trimestre na comparação anual.
- Aumento da massa de rendimentos: mesmo com o número desestimulante de desempregados no país, houve um acréscimo em brasileiros com renda mensal, o que possibilita o aumento do consumo no Brasil. A massa salarial, do público empregado, cresceu 3,6% no acumulado em um ano.
- Melhora da confiança: tanto a confiança da indústria quanto a do consumidor obteve resultado satisfatório. A primeiro terminou o ano no melhor índice de quatro anos. A segunda, por sua vez, fechou em alta, em relação a dois anos anteriores.
- Retomada dos investimentos: setores que conseguiram avançar nesse segmento são o automotivo e a indústria com foco na exportação. Apesar de ter recolhido 1,8% em 2017, a expansão, no segundo semestre, aponta uma tendência de recuperação após quatro anos seguidos de retração.
- Valores mais altos do petróleo e minério de ferro: exportações conseguiram se sobressair em 2017. Com melhor resultado em 29 anos, a balança comercial brasileira encerrou o ano passado com superávit de US$ 67 bilhões. O que puxou o aumento de 28,7% foram as exportações de commodities. Houve salto de minério de ferro de 44% no ano e de 32% de petróleo e derivados.
- Ambiente internacional favorável: apesar dos impactos da entrada de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, os números não foram sinônimos de timidez. Além dos juros mis baixos, a volta do dólar no mercado financeiro brasileiro superou com investidores estrangeiros. As vendas no setor chegaram a R$ 14,6 bilhões.