Sudeste fecha 2017 no negativo como lanterninha da recuperação
Responsáveis por mais da metade de tudo o que é produzido no país, São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo tiveram queda de 0,7% no PIB
© Marcos Santos/USP Imagens
Economia Atividades
O Sudeste foi a única região a registrar queda da atividade econômica em 2017, indica levantamento feito pelo Itaú Unibanco e obtido com exclusividade pela reportagem. Responsáveis por mais da metade de tudo o que é produzido no país, São Paulo, Rio, Minas e Espírito Santo tiveram queda de 0,7% no PIB (Produto Interno Bruto) combinado e acabaram ditando o ritmo moderado de expansão da economia como um todo no ano passado (+1%).
Todas as outras regiões do país cresceram acima do PIB em 2017, com destaque para os grandes produtores agrícolas. Alguns fatores ajudam a explicar a parada daquela que é considerada, por seu tamanho, a maior locomotiva do Brasil.
Artur Passos, economista do Itaú, diz que a crise no setor do petróleo, com queda do investimento e da renda, afetou em especial Rio e Espírito Santo. "Havia toda uma cadeia de construção, um boom imobiliário ligado ao petróleo, que perdeu força ao longo da recessão", diz ele.
O forte desequilíbrio fiscal que atingiu também Minas Gerais e a alta do desemprego que penalizou o maior mercado de trabalho do país –São Paulo– explicam o desempenho da demora da região. Em meio a dificuldades no âmbito econômico e social, o Rio teve queda de 2,2% do PIB, a segunda mais forte registrada entre todos os 26 estados e o Distrito Federal.
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São Paulo caiu bem menos (-0,3%), mas o efeito desse recuo sobre o desempenho geral não é desprezível: o estado responde por cerca de um terço da economia do país. "Mesmo tendo ficado para trás, é bom lembrar que o Sudeste tem uma renda importante e uma arrecadação que viabiliza investimentos e programas sociais em outras regiões", diz Passos.
O melhor desempenho ficou com o Sul (+3,4). Norte e o Centro-Oeste cresceram em ritmo acelerado, ambos ao redor de 2,5%. O PIB da região Nordeste cresceu 1,7%. Olhando para um período mais longo, porém, desde o segundo trimestre de 2014, considerado o início da recessão, apenas um punhado de estados consegue alcançar um nível econômico superior ao registrado lá atrás.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga os dados regionais, mas com defasagem. As informações disponíveis hoje são de 2015 e, portanto, não permitem avaliar como a recuperação vem se distribuindo nos diferentes estados.
Esses dados foram replicados a partir dos levantamentos de produção agrícola, produção industrial, emprego formal, o Caged, e da pesquisa mensal do comércio. Com informações da Folhapress.