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Bolsa cai pelo 5º dia com cautela antes de reuniões de bancos centrais

Temores de uma guerra comercial global se mantiveram nesta segunda

Bolsa cai pelo 5º dia com cautela antes de reuniões de bancos centrais
Notícias ao Minuto Brasil

19:15 - 19/03/18 por Folhapress

Economia Mercado financeiro

A Bolsa brasileira caiu nesta segunda-feira (19), pela quinta sessão seguida, refletindo preocupações com uma potencial guerra comercial global e com conflitos entre Reino Unido e Rússia. Os investidores também demonstraram cautela antes de reuniões dos bancos centrais de Brasil e EUA, na quarta (21).

O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, teve queda de 1,15%, para 83.913 pontos. O volume financeiro foi de R$ 16,4 bilhões -a média de março está em R$ 12,6 bilhões. O giro foi inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 5,634 bilhões.

O dólar comercial subiu 0,18%, para R$ 3,285. O dólar à vista teve alta de 0,06%, para R$ 3,286.

Os temores de uma guerra comercial global se mantiveram nesta segunda, primeiro dia de encontro dos ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, realizado em Buenos Aires, Argentina.

No dia 8 de março, o americano Donald Trump oficializou a imposição de uma tarifa de 25% sobre a importação do aço e de 10% sobre o alumínio, provocando fortes reações globais. No Brasil, as ações de siderúrgicas desabaram desde então -a CSN tem queda de 8,7%; Usiminas perde 5,94%, Gerdau se desvaloriza 10,2% e Metalúrgica Gerdau cai 8,2%. 

Nesta segunda, ministros de Finanças expressaram preocupação com a medida. "Eu estou seriamente preocupado que a fundação de nossa prosperidade -o livre-comércio- esteja em risco", afirmou o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, ao jornal Bild. "O protecionismo não é a resposta para as dificuldades de nosso tempo."

O secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin, porém, insistiu na tese da administração Trump de "livre-comércio com termos recíprocos."

Para o presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, "há um sólido entendimento na comunidade internacional que o livre-comércio é importante."

Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, diz que as divergências sobre o rumo do comércio internacional mexeram com os mercados nesta sessão. "Há uma possibilidade de retaliação e de brigas na OMC [Organização Mundial do Comércio] entre Estados Unidos e Rússia que afetou as commodities", diz. 

Ele lembra, porém, que a proximidade das reuniões dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos na próxima quarta também contribuíram para a queda desta sessão. No Brasil, a expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, o que deixaria o juro básico em 6,5% ao ano. 

Nos EUA, a probabilidade de aumento da taxa de juros para a faixa entre 1,5% e 1,75% estava em 80% nesta segunda -outros 20% indicavam aperto ainda maior, o que deixaria o juro entre 1,75% e 2% ao ano.Esse movimento provoca a valorização dos títulos de dívida americana e atrai dinheiro hoje aplicado em Bolsa ou em países emergentes, como o Brasil.

"Os mercados ficam mais fracos. Todo mundo está cauteloso, esperando as definições e uma maior clareza no horizonte", diz Bandeira. O índice de volatilidade VIX, que estava comportado nas últimas duas semanas, voltou a subir com intensidade nesta sessão: a alta foi de 20,5%.

No cenário doméstico, o indicador de atividade econômica do Banco Central encolheu 0,56% em janeiro, menos que o esperado pelo mercado.

AÇÕES

Das 64 ações do Ibovespa, 49 caíram, 14 subiram e uma fechou estável.

A maior alta do Ibovespa foi registrada pelas ações da Suzano, que subiram 7,37%, ainda sob efeito do acordo com a Fibria que vai criar uma gigante de celulose. Já os papéis da Fibria caíram 0,22%. Na sexta, a Suzano ganhou R$ 5,6 bilhões em valor de mercado após o anúncio da fusão. A Fibria perdeu R$ 4 bilhões.

A Qualicorp, que caiu 11,7% na sexta, subiu 3,64% nesta sessão. A Cemig teve alta de 2,53%.

A Usiminas teve a maior queda do Ibovespa, ao recuar 4,93%. A Bradespar se desvalorizou 3,51%.

As ações da Petrobras caíram, impactadas pela queda dos preços do petróleo nesta segunda-feira, acompanhando uma retração em Wall Street e com investidores do mercado de energia atentos à crescente oferta de petróleo, apesar de tensões entre a Arábia Saudita e o Irã que deram algum suporte aos preços.

As ações mais negociadas da estatal caíram 2,33%, para R$ 20,93. Já as com direito a voto perderam 3,34%, para R$ 22,59.

As ações ordinárias da mineradora Vale tiveram queda de 2,84%, para R$ 41,10.

No setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco recuaram 2,15%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram baixa de 1,02%, e as ordinárias caíram 0,55%. O Banco do Brasil teve desvalorização de 2,36%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se depreciaram 0,77%.

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CÂMBIO

O dólar fechou o dia sem uma direção no exterior. A moeda americana ganhou força ante 15 das 31 principais divisas do mundo. 

Nesta segunda, o Banco Central vendeu 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem dos contratos que vencem em abril. Dessa forma, já rolou US$ 4,2 bilhões dos US$ 9,029 bilhões totais.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) teve alta de 2,64%, para 150,9 pontos. 

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados recuaram. O DI para abril deste ano caiu de 6,530% para 6,490%. O DI para janeiro de 2019 caiu de 6,475% para 6,470%. Com informações da Folhapress. 

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