Recuperação do mercado de trabalho desacelerou em abril, diz FGV
"A queda do IAEmp decorre de uma diminuição do otimismo quanto ao futuro", considerou a fundação
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Economia Levantamento
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 4,1 ponto em abril ante março, para 103,6 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (8). O indicador de médias móveis trimestrais cedeu 1,2 ponto, após sete altas seguidas. O movimento sinaliza uma desaceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho, na avaliação da FGV.
"A queda do IAEmp decorre de uma diminuição do otimismo quanto ao futuro. Ao longo dos últimos meses, diversos indicadores econômicos apresentaram resultados aquém dos esperados, reduzindo o otimismo quanto ao ritmo da recuperação de nossa economia", diz a nota da FGV, assinada pelo pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho.
O componente que puxou a queda do IAEmp em abril foi o indicador que mede a expectativa com relação à facilidade de se conseguir emprego nos seis meses seguintes, da Sondagem do Consumidor, que variou -15,0 pontos.
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Por outro lado, a queda de 2,0 pontos no Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), para 94,2 pontos em abril - menor nível desde outubro de 2015 (92,6 pontos) -, confirma que o pior do mercado de trabalho ficou para trás.
"A queda do ICD é uma boa notícia. A taxa de desemprego ajustada sazonalmente vem em queda desde março de 2017. O elevado nível da taxa de desemprego, no entanto, afeta a percepção sobre o mercado de trabalho doméstico, ressaltando a dificuldade observada pelo consumidor em se recolocar. A redução do ICD mostra que o trabalhador começa a perceber a melhora discreta e gradual que já ocorre desde o ano passado", diz a nota da FGV.
Segundo a instituição, as classes de renda que mais contribuíram para a queda do ICD foram as duas mais baixas: consumidores com renda familiar até R$ 2.100,00, cujo Indicador de Emprego (invertido) variou -3,2 pontos; e a faixa entre R$ 2.100,00 e R$ 4.800,00, com recuo de 4,3 pontos.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.
Já o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.