Dólar acompanha exterior e cai; Bolsa sobe
Cotação comercial da moeda americana recuou 1,33%, para R$ 3,546
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Economia MERCADO-FINANCEIRO
Dados mais fracos de inflação nos Estados Unidos dissiparam parte dos temores de uma aceleração das altas de juros no país e devolveram o dólar ao patamar de R$ 3,54 nesta quinta-feira (10). No mercado acionário, a Petrobras voltou a ter forte valorização e impulsionou a Bolsa brasileira.
O dólar comercial recuou 1,33%, para R$ 3,546. Foi a primeira queda da moeda americana, após três altas seguidas. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 1,37%, para R$ 3,548.
No mundo, o dólar se enfraqueceu ante 24 das 31 principais moedas do mundo.
A Bolsa brasileira subiu 1,89%, aos 85.861 pontos. O volume negociado foi de R$ 14,873 bilhões -a média diária de maio está em R$ 11,99 bilhões.
O alívio refletiu dados mais fracos de inflação nos Estados Unidos, com preços mais moderados de serviços de saúde compensando os custos crescentes da gasolina e do aluguel, de acordo com dados do Departamento de Trabalho americano.
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Em 12 meses, o índice de preços ao consumidor avança 2,5%, maior alta desde fevereiro de 2017, após subir 2,4% em março.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice subiu 0,1% após dois aumentos mensais seguidos de 0,2%. O núcleo da inflação acumula alta de 2,1% em 12 meses até abril, mesmo patamar de março.
A inflação acompanhada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), que exclui alimentos e energia, avançou para 1,9% em março, informou na semana passada o Departamento de Comércio americano. A meta de inflação do Fed é de 2%.
Com o dado mais fraco, os rendimentos dos títulos de dívida americana, que bateram 3% nesta quarta, recuaram para 2,97% nesta sessão.
"O dólar nesse patamar não se sustentava. Parece que esse R$ 3,60 é um patamar psicológico de resistência, mais psicológico do que técnico", afirma Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Para ele, ainda é cedo para os analistas alterarem as projeções para o câmbio.
Leandro Ruschel, sócio-fundador do Grupo L&S, não vê sinal de reversão na tendência de alta do dólar. "Temos o efeito externo, causado por uma política restritiva do Fed, e motivos internos, com as eleições", diz. "Há um alto grau de incerteza, o que gera instabilidade. O dólar é porto seguro para os investidores."
Para ele, a queda desta sessão foi uma correção temporária após uma movimentação muito forte no dólar.
O Banco Central vendeu a oferta de até 8.900 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Até agora, já rolou US$ 2,670 bilhões dos US$ 5,650 bilhões que vencem em junho.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) devolveu parte do risco que acumulou nas últimas sessões com a piora no cenário externo. O CDS recuou 5,78%, para 184,9 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados caíram. O DI para julho deste ano recuou de 6,243% para 6,215%. O DI para janeiro de 2019 teve queda de 6,295% para 6,265%. Com informações da Folhapress.