Sem reformas, Brasil não cresce, diz FMI
O sistema tributário, que tem sido um dos alvos do protesto de caminhoneiros que parou o país, precisa ser simplificado, defende o FMI
© iStock
Economia Relatório
Em um novo relatório sobre o Brasil, divulgado nesta sexta (25), o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que a recuperação econômica do país é "frágil", e sugeriu novas reformas no setor público, como a da previdência e a redução do custo bancário.
"Sem reformas adicionais, as perspectivas de crescimento são pouco inspiradoras", informou o órgão, no relatório do chamado Artigo 4º, que faz uma avaliação anual da economia dos seus países-membros.
O sistema tributário, que tem sido um dos alvos do protesto de caminhoneiros que parou o país, em função do impacto no preço do combustível, precisa ser simplificado, defende o FMI, que pede esforços para harmonizar os regimes federal e estaduais.
+ Negociadores do acordo Mercosul-UE voltam a demonstrar otimismo
O Fundo destacou que os custos sociais da recessão foram graves, com um elevado nível de desemprego e o aumento da pobreza, e que é preciso "forte liderança e determinação" para conduzir as reformas necessárias ao crescimento.
Entre as principais, está a da previdência, que o órgão afirma ser uma "necessidade". "Os gastos com a previdência social são muito altos, crescentes e insustentáveis -claramente, o Brasil é um ponto fora da curva entre a maioria das economias emergentes, inclusive na América Latina", disse o relatório.
A sugestão é aumentar a idade mínima para a aposentadoria, desvincular o piso do salário mínimo e corrigir a "generosidade indevida" nas aposentadorias de alguns segmentos da população, "sobretudo dos funcionários públicos".
O órgão também recomenda a revisão da fórmula de reajuste do salário mínimo, bem como da remuneração dos servidores públicos, "para reduzir distorções no mercado de trabalho".
Por outro lado, o FMI elogia a implantação do teto de gastos, a reforma trabalhista e novas medidas para facilitar o crédito, como o cadastro positivo, assim como a atual política monetária, que afirma ser "apropriada". Com informações da Folhapress.