BNDES muda financiamento ambiental para atrair agricultores
Com juros altos, instituição passou a ter que ir atrás dos clientes para fechar negócios
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Interessado em ganhar mais clientes do agronegócio, o BNDES mudou sua política de financiamento ambiental para permitir que produtores rurais usem dinheiro do banco na recuperação de áreas desmatadas.
Será possível financiar a restauração ecológica e projetos de plantio de espécies nativas para exploração comercial (como palmito), um segmento chamado de economia florestal. A iniciativa reflete mudança na política do BNDES, que, com os juros mais altos, passou a ir atrás dos clientes para fechar negócios.
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Antes, com a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) -subsidiada pelo governo-, as empresas batiam à porta do banco porque as taxas eram muito abaixo da média. Com a TLP (Taxa de Longo Prazo), em vigor desde janeiro, elas estão alinhadas com o mercado.
Segundo Marcos Ferrari, diretor de Governos e Infraestrutura do BNDES, a expectativa é dobrar a carteira na área ambiental, passando de R$ 1 bilhão até o fim do ano. Hoje, ela soma R$ 585 milhões.
A modalidade não decolou porque os produtores tinham de escolher linhas de, no máximo, cinco anos.
"Esse é o prazo para uma árvore pegar ou não", diz Ferrari. "Em muitos casos, não valia a pena tomar financiamento porque a cobertura vegetal podia morrer. Conseguimos alongar para 15 anos e permitimos que o cliente combine diversas modalidades de financiamentos."
O banco mantém seis linhas ambientais. Pelo Fundo Clima e o BNDES Finem Recuperação, por exemplo, será possível fazer restaurações ecológicas com espécies nativas, manejo florestal em áreas de vegetação nativa existente e plantio para fins econômicos.
O Fundo Clima e o BNDES Finem Agropecuária poderão ser usados pelos clientes interessados em financiar sistemas agroflorestais -uma técnica que mistura culturas agrícolas com espécies arbóreas para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. A nova política de financiamento também ajuda o governo a cumprir compromissos do Acordo de Paris. Com informações da Folhapress.