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Empresas com leite adulterado terão fiscalização especial

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento colocou as empresas de laticínios do Rio Grande do Sul - Pavlat e Hollmann - sob Regime Especial de Fiscalização (REF). A sanção administrativa foi aplicada em função das suspeitas de que as indústricas vendiam leite adulterado ou fora dos padrões sanitários.

Empresas com leite adulterado terão fiscalização especial
Notícias ao Minuto Brasil

15:11 - 08/05/14 por Agência Brasil

Economia Sanção

Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, cerca de 1 milhão de litros do produto foram comercializados desde janeiro de 2013, quando começaram as investigações que servem de base para a Operação Leite Compen$ado, deflagrada em maio do ano passado e cuja quinta fase foi feita hoje (8), com a prisão dos donos da Pavlat e da Hollmann, além de um executivo da última empresa.

De acordo com o ministério, durante o prazo de vigência do regime especial, as ações de inspeção nas empresas serão intensificadas e nenhum produto é liberado para comercialização até que resultados de análises oficiais de cada lote produzido demonstrem estar em conformidade com os padrões. Só então o produto é liberado ao consumo. Além das ações de fiscalização, uma vez descoberta uma nova fraude, as empresas ficam obrigadas a incluir análises específicas dentro do programa de controle de qualidade.

Mais cedo, o ministro Neri Geller declarou que a nova fase da Operação Leite Compen$ado indica que o sistema de defesa sanitária do país “está funcionando” de forma adequada. “[Isso] Demonstra que a defesa está funcionando. A fiscalização do Ministério da Agriculrura está funcionado. Estamos com equipe comprometida”, disse Geller.

De acordo com a professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, Mirna Gigante, a legislação brasileira proíbe a presença, em qualquer volume, dos produtos mencionados pelo Ministério Público."No leite cru, não é permitida a adição de nenhum produto, seja durante a coleta ou o transporte em caminhões refrigerados. Ou seja, dos postos de captação até chegar à indústria processadora, nenhum conservante pode ser adicionado. Já durante o processamento do leite UHT [ou longa vida, vendido em caixas], a legislação permite que a indústria adicione o citrato ao leite UHT, de acordo com a Portaria 370, de 1997, do Ministério da Agricultura. Soda cáustica, bicarbonato de sódio, água oxigenada [...] Nada disso é para ser adicionado e [se encontrados no leite] indicam que houve uma adição fraudulenta desses compostos".

Segundo com os promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul, responsáveis por coordenar a operação deflagrada com o apoio do ministério e da Receita estadual, há provas de que não só os responsáveis pelas duas empresas que sabiam que os produtos colocados à venda estavam fora dos padrões sanitários, apresentando uma série de problemas decorrentes do manuseio e das más condições de transporte e fabricação, mas também de que os funcionários das duas empresas eram orientados a adulterar o leite comprado de produtores rurais gaúchos. Segundo o Ministério Público estadual, os três homens presos hoje davam ordens para que seus subordinados corrigissem a acidez do leite cru prestes a estragar, adicionando-lhe diversos produtos, como soda cáustica, bicarbonato de sódio, água oxigenada, citrato, entre outros. Ainda segundo o MP, amostras do produto inspecionado apontam a presença de água e de leite azedo e o volume das substâncias citadas que as empresas compravam chama a atenção.

A Agência Brasil tentou ouvir os representantes da Hollmann por meio dos telefones informados no site da empresa, mas não conseguiu contato. A assessoria da Pavlat informou que divulgará uma nota ainda hoje.

* Colaborou Kelly Oliveira

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