Juros do rotativo só devem cair após criação do crediário no cartão
Segundo a Abecs, os cartões representam 34% do consumo das famílias
© Marcos Santos/USP Imagens
Economia Abecs
As taxas de juros do rotativo do cartão de crédito não devem cair do patamar atual sem que o crediário do cartão de crédito proposto pelos bancos entre em vigor, afirmou o presidente da Abecs (associação do setor de cartões), Fernando Chacon.
Hoje, a taxa média do rotativo está ao redor de 10% ao mês, uma das linhas mais caras do sistema financeiro, ao lado do cheque especial.
O projeto-piloto do crediário será lançado em novembro, com a expectativa de que entre em vigor no primeiro trimestre de 2019.
No começo, participam as principais bandeiras (Amex, Elo, Master e Visa), os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, além das maquininhas Cielo, Getnet e Rede.
Chacon repetiu que o crediário do cartão não deve matar as compras parceladas no cartão de crédito pelo sistema atual, um esforço que os grandes bancos têm feito para evitar a resistência da população para o parcelamento com juros.
Os brasileiros gastaram R$ 450 bilhões em cartão de crédito no primeiro semestre deste ano, alta de 14% na comparação com igual período de 2017.
O volume de operações a débito somaram R$ 264,4 bilhões, crescimento de 12,3%, enquanto os pagamentos com cartão pré-pago tiveram expansão de 62,3%, para R$ 4,6 bilhões.
Fernando Chacon, presidente da Abecs e executivo do Itaú, diz que o crescimento dos cartões pré-pago reflete a expansão das contas de pagamento (contas bancárias de funcionamento mais simples).
Foram realizados 8,8 bilhões de pagamentos com cartões no semestre, crescimento de 15% ante o primeiro semestre de 2017.
Chacon diz que o crescimento no número de operações acima do valor gasto mostra que as pessoas estão usando cartões em pagamentos menores do dia a dia.
Segundo a Abecs, os cartões representam 34% do consumo das famílias. A associação espera crescer para 60% do consumo em quatro anos.
O objetivo, diz Chacon, é reduzir os custos com inadimplência do cheque e com transporte e segurança de dinheiro em espécie.
"É uma oportunidade de evitar que se encontre apartamentos com R$ 51 milhões", disse o executivo, em referência ao imóvel atribuído ao ex-ministro de Michel Temer, Geddel Vieira Lima. Com informações da Folhapress.