1/3 de quem pretende comprar no Dia da Criança está inadimplente
Três em cada dez consumidores que irão presentear na data estão com ao menos uma conta em atraso
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Economia SPC
Mesmo com o orçamento apertado e até mesmo com dívidas, o brasileiro irá às compras no Dia da Criança. Segundo levantamento feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas), três em cada dez consumidores que irão presentear na data estão com ao menos uma conta em atraso.
"As pessoas estão com o orçamento mais apertado. É um percentual grande que está inadimplente e que mesmo assim não deixa a tradição de lado, apesar de a recomendação ser pagar as dívidas antes de fazer novos gastos", afirma a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.
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Segundo o levantamento, o gasto médio deve ser em torno de R$ 187 com presentes e movimentar 9,4 bilhões em vendas no comércio. Roupas e calçados (38%), bonecas (37%), aviões e carrinhos de brinquedo (21%) lideram as intenções de compra. O movimento de 2018 deve ser ligeiramente maior, que em 2017 já que 72% pretendem comprar presentes. No ano passado, a intenção era de 67%.
Para quem não quer que o gasto pese no orçamento mas não abre mão de presentear, as dicas vão desde pesquisar preços e dividir o gasto ou outras pessoas da família.
Não se deixar levar pelo desejo da criança também é importante para não cair em dívidas. Porém, 37% dos entrevistados existe pressão da criança para comprar o que ela deseja. "Não levar a criança para as compras é fundamental, mas é um exercício para o adulto não deixar se influenciar para que ele consiga não se endividar para dar o presente", afirma a economista.
A pesquisa foi realizada em todas as capitais com 819 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de compras no Dia das Crianças. Em um segundo levantamento, 600 casos mostraram o público interessado em comprar presentes na mesma data.
CRESCIMENTO
Segundo a Associação Comercial de São Paulo o crescimento nas vendas deve ficar em torno de 3%, mesmo patamar de 2017, seguindo o movimento do comércio do ano, que cresce cerca de 2,4%.
A Boa Vista SPCP estima que as vendas cresçam 2,5%, ligeiramente inferior aos 2,7% registrados no ano passado. O motivo seria o alto índice de desemprego e a queda da confiança do consumidor.
Para tentar crescer acima desses patamares, lojas de brinquedos apostam em itens com preço mais baixo. Segundo Ondamar Ferreira, gerente do Armarinhos Fernando, a loja investiu em produtos de até R$ 50 para tentar crescer 12% na data.
"Nós sabemos que as pessoas estão com orçamento apertado mas gostam de presentear, por isso, estamos focando naquilo que cabe no bolso das pessoas", diz. Um dos brinquedos com mais saída é um boneco de dinossauro que custa R$ 39,90. Para as meninas, a aposta é uma boneca chamada Baby Papinha, a R$ 49,90.
A Ri-Happy estima tíquete médio de R$ 190, ligeiramente superior ao ano anterior, que foi de R$ 182,90. A aposta, no entanto, é o TrickUp, que custa R$ 39,90. O brinquedo que consiste em jogar uma bolinha contra qualquer tipo de superfície e tentar em seguida colocá-la dentro de um copo. Até essa semana, a rede de lojas vendeu 130 mil unidades do brinquedo. Com informações da Folhapress.