FMI adverte Itália sobre risco de recessão
Fundo vê "risco substancial" caso país não mude orçamento
© Stefano Rellandini / Reuters
Economia Turbulência
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta terça-feira (13) a Itália sobre a possibilidade de que um aumento nos gastos do governo deixe o país vulnerável a turbulências do mercado, causando uma recessão no longo prazo.
Segundo o fundo, "o impacto de medidas de estímulos fiscais previstos no orçamento para 2019 será incerto nos próximos dois anos e provavelmente negativo no médio prazo, caso o déficit continue em níveis altos".
As projeções da entidade apontam que a dívida pública italiana se manterá em 130% do PIB nos próximos três anos, nível que só é superado pela Grécia dentro da União Europeia (UE). O bloco estabelece um limite de 60% aos países-membros.
"Será necessário um ajuste fiscal adicional somente para estabilizar a dívida, de acordo com nossas previsões de aumento de taxas de juros", advertiu o FMI. O menor crescimento econômico, agregado aos gastos maiores poderiam levar o país ao encolhimento do PIB.
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O governo italiano propôs no mês passado o aumento do déficit nas contas públicas para 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em medida que foi rejeitada pela União Europeia por superar em mais de três vezes o número previsto pelo governo anterior. O orçamento prevê aprovar uma renda básica aos cidadãos, com ajuda a desempregados e reforma da Previdência, diminui a idade para aposentadoria.
Durante assembleia na Indonéisa, o FMI estimou em 1,2% o crescimento econômico italiano para este ano e em 1% em 2019. A Itália deve apresentar correções em sua proposta de orçamento até o fim do dia nesta terça-feira (13), para que o documento seja aceito por Bruxelas, já que o anterior foi negado em decisão inédita no bloco.
O ministro da Economia Italiano, Giovanni Tria, disse que "manterá os pilares" do documento anterior e rechaçou as correções "suicidas" propostas pelo bloco. A Itália pode ser multada caso não siga as regras da UE. (ANSA)