Fed sinaliza que juros estão perto do nível ideal, e Bolsas sobem
O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 1,55% e fechou aos 89.250 pontos
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A Bolsa brasileira voltou a fechar acima dos 89 mil pontos nesta quarta-feira (28), após fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central do EUA), Jerome Powell, sobre a taxa de juros americanas. O dólar recuou, ancorado no noticiário externo e com nova intervenção do Banco Central no mercado.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 1,55% e fechou aos 89.250 pontos, seguindo o bom desempenho das Bolsas americanas. O giro financeiro foi de R$ 16,3 bilhões.
A Vale ficou entre os destaques de alta, com ganho de 4,76%, após uma sequência de pregões de perda.
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Jerome Powell avaliou em discurso nesta quarta que os juros americanos, atualmente entre 2% e 2,25%, estão próximos do patamar considerado neutro para a economia. Juros abaixo do nível neutro estimulam a economia, medida usada em períodos de recessão, enquanto taxas acima do nível neutro freiam o crescimento.
A afirmação foi uma mudança de discurso do presidente do Fed em um momento em que o mercado financeiro começava a especular com aumentos adicionais aos que vinham sendo sinalizados pelo BC americano. Está prevista uma nova alta na taxa para a reunião de dezembro.
A perspectiva de alta nos juros americanos faz com que investidores retirem recursos aplicados em ativos de risco, como em países emergentes ou na Bolsa americana, em busca de títulos da dívida americana, considerada mais segura. No acumulado do ano, o ganho dos principais índices americanos ronda a casa de 1%, muito abaixo do registrado antes da turbulência recente.
Nas últimas semanas o mercado financeiro embutia nos preços o risco de aumentos por receio de que a guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, que eleva custo de matérias-primas importadas, pudesse gerar inflação no país americano.
Por outro lado, o mercado teme ainda que a disputa possa causar desaceleração da economia mundial, o que também é negativo para ativos de risco.
Esses fatores afetaram também a cotação do dólar nos últimos dias. A moeda americana fechou esta quarta-feira em queda de 0,85%, a R$ 3,8430, após ter superado os R$ 3,90 na segunda-feira. De 24 divisas emergentes, o dólar perdeu valor sobre 18 delas nesta quarta.
No Brasil, porém, o mercado também foi auxiliado pela nova intervenção do Banco Central no mercado.
O BC vendeu US$ 1 bilhão no chamado leilão de linha (venda de moeda com compromisso de recompra). A medida ajuda a elevar a oferta de moeda estrangeira no mercado em um período do ano em que multinacionais precisam enviar parte do ano para matrizes no exterior. Com informações da Folhapress.