Temer diz ser positiva política de privatização defendida por Guedes
Para Temer, as únicas áreas que devem continuar sob a tutela do Estado brasileiro são segurança, educação e saúde
© Cesar Itiberê/PR
Economia Opinião
O presidente Michel Temer avaliou como positiva a política de privatizações defendida pelo futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes. Temer disse fez isso em sua gestão ao lançar editais para concessão, por exemplo, de aeroportos, portos e rodovias. Para Temer, as únicas áreas que devem continuar sob a tutela do Estado brasileiro são segurança, educação e saúde.
“Privatização é algo que deu certo no Brasil, portanto, quanto mais privatizar eu acho melhor, sem mexer muito nesses setores fundamentais”, disse em entrevista nesta quinta-feira (6) a correspondentes internacionais, no Palácio da Alvorada, em Brasília. O presidente acrescentou que o Poder Público não tem condições de acolher todas as atividades do país.
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Sobre a reforma da Presidência, Temer disse que se Jair Bolsonaro tem pressa na aprovação da idade mínima, o melhor caminho seria aproveitar a proposta apresentada pelo seu governo e que já está Congresso. “Eu sugiro que se possa aprovar a nossa proposta. Já está prevista lá, seria muito útil. Tem a vantagem que já tramitou, seria só aprovar na Câmara e no Senado, em dois turnos”, defendeu.
A hipótese não está fora dos planos de Bolsonaro que, ontem (5), disse que pretende votar a reforma em partes e o primeiro ponto será a idade mínima. O presidente eleito também não descartou adotar o texto que tramita no Congresso.
A proposta do governo Temer institui a idade mínima gradativamente, ao longo de 20 anos, até chegar a 62 anos para mulheres e 65 para homens, o que facilitaria a aprovação das mudanças pela sociedade.
Perguntado sobre o que não conseguiu fazer em seu governo, Michel Temer citou a reforma. Ele atribui o fracasso aos áudios da conversa entre ele e o empresário do grupo JBS, Joesley Batista. “Nós tínhamos até data e computados mais de 316 votos para aprovar a reforma da Previdência quando houve aquela questão da gravação, que depois eu percebi que se tratava de uma trama muito bem urdida para evitar a aprovação da reforma da Previdência e para [impedir] aprovar outros tantos gestos que eu iria praticar em relação a certos setores da atividade pública”, ressaltou. Ainda segundo Temer, no episódio, seus detratores receberam a “devida corregenda”. “Criaram problema de natureza moral para o presidente, mas um problema de natureza institucional para o país, porque paralisaram o país”, afirmou.
A gravação foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o ministro Edson Fachin retirou parcialmente o sigilo da delação premiada do empresário. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o cenário político, os avanços na economia e também citam a situação de Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. O entendimento do governo é que a frase dita por Temer “tem que manter isso, viu?” diz respeito à manutenção do bom relacionamento entre Cunha e Batista, e não a um suposto pagamento de mesada pelo silêncio do ex-deputado.
Na mesma entrevista Michel Temer reafirmou que depois que deixar a Presidência da República vai se dedicar à área jurídica. Sobre denúncias de corrupção que possa responder, Temer disse que não tem "a menor preocupação com as denúncias". "Qualquer mente jurídica mais apurada vai ver que são pífias”. O presidente admitiu ainda que, moralmente, se sente “injustiçado”, mas que politicamente não, por estar acostumado. Com informações da Agência Brasil.
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