Meteorologia

  • 23 DEZEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Tudo que puder será privatizado, diz ministro da Infraestrutura

Tarcísio Gomes de Freitas tomou posse nesta quarta-feira (2)

Tudo que puder será privatizado, diz ministro da Infraestrutura
Notícias ao Minuto Brasil

00:26 - 03/01/19 por Folhapress

Economia Programa

Os ministros de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tomaram posse nesta quarta-feira (2) se comprometendo a levar adiante, em sua maioria, planos herdados do presidente Michel Temer e que, se levados adiante, podem colocar o país em um outro patamar de desenvolvimento.

Diante da escassez de recursos, ambos disseram que pretendem intensificar o diálogo e a parceria com o setor privado para fazer decolar um ousado plano de concessões e privatizações.

Nos leilões previstos para o primeiro trimestre de governo, a expectativa de investimentos é de pelo menos R$ 6,5 bilhões.

Tarcísio, como é chamado o ministro de Infraestrutura pelo setor, anunciou editais para a venda de 12 aeroportos em três blocos, rodovias, ferrovias e terminais portuários.

"Tudo que possa ficar com a iniciativa privada será concedido", disse Tarcísio. "Vamos testar em março o leilão dos três blocos de aeroportos e, se der certo, já anunciamos a sexta rodada. Também faremos uma rodada de blocos no pré-sal e, com um bom resultado, anunciaremos a próxima etapa."

O ministro disse que todos os aeroportos hoje administrados pela estatal Infraero serão privatizados.

+ Guedes refuta título de superministro: 'É uma construção conjunta'

"Congonhas e Santos Dumont devem ficar para a última rodada e aí revemos a situação da Infraero, como deixá-la ativa."

Tarcísio disse ainda que resolverá "rapidamente" o impasse em torno dos contratos firmados pela ex-presidente Dilma Rousseff nas rodovias e no aeroporto de Viracopos que ficaram "inexequíveis" para as empresas devido à recessão.

Para levar seu plano de concessões e privatizações adiante, contará com o apoio da EPL (Empresa de Planejamento Logístico), empresa estatal que será incorporada ao ministério para estruturar projetos destinados à iniciativa privada) e do PPI (Programa de Parceria em Investimentos).

Tarcísio foi diretor de projetos do PPI na gestão Temer. O programa continuará sob o comando de Adalberto Vasconcelos, que já era secretário-executivo do programa, a quem Tarcísio estava subordinado.

+ Apesar de queda na refinaria, preço da gasolina em postos fecha em alta

Para atender a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, Tarcísio disse que implantará um sistema de tecnologia da informação, uma espécie de aplicativo, que conectará o caminhoneiro diretamente ao dono da carga. A ideia é pôr fim aos atravessadores, estimulando os motoristas que hoje reclamam de custos elevados, principalmente diesel e frete.

A euforia dos investidores, no entanto, partiu das declarações de Bento Albuquerque. O ministro de Minas e Energia se comprometeu a levar adiante o processo de capitalização da Eletrobrás.

A promessa ganhou força com a confirmação de que o atual presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, será mantido no cargo com a missão de concluir o processo que ele mesmo capitaneou na gestão do ex-presidente Temer e que ficou parada no Congresso.

Na área de petróleo e gás, Albuquerque anunciou que fará mudanças no regime de partilha para para estimular a participação de investidores estrangeiros na exploração dos campos de pré-sal.

O discurso agradou aos embaixadores do Reino Unido, França, Bolívia e Noruega, países com empresas fortes na exploração de petróleo e gás a quem o ministro fez questão de agradecer pela presença na cerimônia de posse.

Para sustentar o plano de expansão da economia, pilotado pelo ministro Paulo Guedes, Albuquerque afirmou que sua primeira medida será uma revisão do custo da energia. A ideia é reduzir os encargos e subsídios para reduzir ao máximo a conta de luz.

Para isso, o ministro quer rever os custos não controláveis para que sejam corrigidos somente pela inflação. Isso pesou demais nas contas ao consumidor nos últimos anos. As distribuidoras querem 1,15% a mais de correção sobre esses custos, além da inflação, o que pode refletir em um aumento de quase 10% na fatura.

+ Bolsonaro aproveitará reforma da Previdência apresentada por Temer

Em outra frente, pretende acabar com as cotas da usinas da Eletrobras que, diante dos riscos hidrológicos, são ressarcidas com aumento da tarifa pagas pelo consumidor. Albuquerque também quer rever o plano de realocação de energia.

Segundo André Pepitone, presidente da Aneel, que regula o setor, a agência já estuda esses assuntos a pedido do ministro desde a transição.

Considerada estratégica, a produção de energia nuclear será prioridade e poderá ser usada, segundo assessores do ministro, até para ocupar espaço das usinas térmicas que tanto encarecem as contas de energia durante o período de seca.

"O Brasil não pode se entregar ao preconceito e à desinformação, desprezando o domínio que temos das duas tecnologias: exploração e processamento de urânio", disse Bento Albuquerque, que como almirante da Marinha, coordenou o programa nuclear brasileiro. Com informações da Folhapress. 

Leia também: Bolsa fecha na máxima histórica em 1º pregão de governo Bolsonaro

Campo obrigatório