Após bate cabeça sobre IOF, Bolsonaro faz aceno a Guedes
Agradecimento publico foi feito durante a cerimônia de posse dos presidentes de bancos estatais
© Reuters / Ueslei Marcelino
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Para desfazer o mal-estar gerado na última semana, o presidente Jair Bolsonaro fez um aceno ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao agradecê-lo publicamente por acreditar em seu projeto político.
A fala ocorreu durante a cerimônia de posse dos presidentes de bancos estatais, o primeiro encontro dos dois desde um bate cabeça da última sexta, que teve como pivô um desentendimento sobre o aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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Em entrevista pela manhã daquele dia, Bolsonaro afirmou que havia assinado um decreto que aumentava o tributo. Segundo ele, a medida serviria para compensar o aumento de gastos com a renovação de incentivos fiscais para as regiões Norte e Nordeste, assinada por ele na véspera.
Quatro horas depois, a fala do presidente foi desmentida pelo Secretário da Receita, Marcos Cintra, que negou que o governo elevaria o IOF. O secretário teve a declaração endossada pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que afirmou que Bolsonaro havia se enganado ao falar em aumento do IOF.
Guedes, que estava fora de Brasília, manteve silêncio sobre o episódio e cancelou os compromissos públicos.
Ao fim do evento, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, negou divergências entre Guedes e Bolsonaro e afirmou que eles conversaram na manhã desta segunda.
"Não teve rusga, nem carrinho por trás, nem tesoura voadora, não teve nada. Hoje de manhã, se encontrarem. Best friends. Não tem essa história", afirmou.
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O encontro ocorreu antes da cerimônia que deu posse aos presidentes de três bancos públicos: Rubem Novaes (Banco do Brasil), Joaquim Levy (BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Pedro Guimarães (Caixa Econômica Federal).
Bolsonaro adotou um tom de descontração em sua fala e disse que o evento estava bastante concorrido por envolver "os homens do dinheiro".
"O evento está bastante concorrido porque são os homens do dinheiro que estão aqui, mas dessa vez é o dinheiro do bem", afirmou.
Logo em seguida, lembrou a forma como ele conheceu o ministro da Economia, agradecendo a Guedes por ter confiado nele.
"Nasceu ali uma amizade. O desconhecimento meu [de economia], como o dos senhores em muitas áreas, e a aceitação disso é um sinal de humildade. Tenho certeza, sem qualquer demérito, que eu conheço um pouco mais de politica que Paulo Guedes, e ele conhece muito mais de economia do que eu", afirmou.
O presidente repetiu que foi esse princípio que deu início ao que ele chamou de "namoro no bom sentido".
"E eu fui fortalecendo ao lado dele, algo que parecia que não ia acontecer pela tradição da politica brasileira, na verdade, ela se concretizou", disse, relembrando a vitória nas urnas.
Além da divergência envolvendo o IOF, incomodou integrantes da equipe econômica as afirmações feitas por Bolsonaro sobre reforma da Previdência em entrevista ao SBT. Ao defender uma idade mínima, ele sinalizou que deve endossar uma reforma mais branda, semelhante à proposta ao ex-presidente Michel Temer.
Guedes, contudo, defende uma mudança mais robusta e o emprego de um modelo de capitalização. É esperada para essa semana uma conversa entre dos dois para tratar do projeto que modifica as regras da aposentadoria e será apresentado ao Congresso em fevereiro, quando deputados e senadores eleitos tomam posse. Com informações da Folhapress.
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