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Taxa de rotatividade no mercado de trabalho fica em 63,7%

Taxa de rotatividade no mercado de trabalho fica em 63,7% e mantém estabilidade

Taxa de rotatividade no mercado de trabalho fica em 63,7%
Notícias ao Minuto Brasil

16:48 - 17/12/14 por Agência Brasil

Economia Estabilidade

Segundo o Dieese,

mercado de trabalho

cresce, mas com rotatividade muito alta

Arquivo/Agência Brasil

A taxa de rotatividade global no mercado de trabalho brasileiro alcançou, no ano passado, 63,7%. Isso significa que, de cada dez empregados, seis passam por desligamento e admissão no posto de trabalho ao longo do ano. Em 2012, a taxa ficou em 64% e vem-se mantendo estável desde 2010, informa o estudo Os números da rotatividade no Brasil: Um olhar sobre os dados da Rais 2002 -2013, divulgado hoje (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O estudo é referente aos empregados celetistas.

Se considerada a taxa de rotatividade, descontados os motivos ligados aos trabalhadores como morte, aposentadoria e pedido de demissão, o percentual é 43,4%. A agricultura e pecuária e a construção civil são os setores com as mais altas taxas de rotatividade.

“Temos um mercado de trabalho que cresce, mas com uma rotatividade muito alta, talvez configurando um tipo de produtividade econômica perversa, porque está assentada em uma baixa qualidade dos postos de trabalho”, avalia o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz.

Segundo o economista, o alto percentual deve-se a fatores como postos de trabalho frágeis e contratos firmados por prazos curtos, criados para atender a uma demanda de produção. Investir em formação profissional e propiciar um crescimento da economia que agregue valor aos produtos e serviços brasileiros são caminhos para reduzir esse índice, aponta Ganz.

Embora a maior parte dos desligamentos ocorra por decisão patronal, o desligamento a pedido do trabalhador foi o motivo de rescisão que mais cresceu na última década em função do aquecimento do mercado de trabalho.

O estudo mostra que predomina no país o emprego de curta duração. Entre 2002 e 2013, cerca de 45% dos desligamentos ocorreram com menos de seis meses. Aproximadamente 65% das contratações sequer atingiram um ano completo.

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse o governo discute e tem implementado medidas para reduzir a rotatividade dos trabalhadores. Entre elas, está a modernização dos sistemas do ministério, o planejamento de políticas públicas de proteção do emprego e o investimento em qualificação dos trabalhadores. “A qualificação profissional deve ser nossa prioridade. Temos inclusive que discutir qual será o emprego do futuro e preparar mão de obra.”

Quando analisada a escolaridade e a idade, o estudo mostra que, entre os desligamentos ocorridos no ano passado, há predominância maior de trabalhadores mais jovens e com menos escolarização.

De acordo com o estudo, poucos estabelecimentos respondem por parcela considerável da rotatividade. Cerca de 6% dos estabelecimentos foram responsáveis por mais de 60% dos desligados entre 2007 e 2013.

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