Desemprego fecha em 12,3% em ano marcado por recorde na informalidade
O indicador representou queda de 0,4 ponto percentual em relação ao verificado em 2017
© Reuters / Paulo Whitaker
Economia 2018
O país encerrou 2018 com uma taxa de desemprego média de 12,3%, informou o IBGE na manhã desta quinta-feira (31).
O indicador representou queda de 0,4 ponto percentual em relação ao verificado em 2017, quando a desemprego havia atingido o nível mais alto da série histórica, com taxa média de 12,7% no ano.
+ Bolsonaro decide que militares vão entrar na reforma da Previdência
A redução na comparação anual reflete movimento que foi contínuo em 2018, com as novas ocupações surgindo principalmente do mercado informal.
Conforme são reduzidas as vagas com carteira assinada, uma parcela da população é empurrada para trabalhos sem a proteção das leis trabalhistas, que demandam profissionais de menor qualificação e pagam menores salários.
O aumento recorde dos trabalhos informais na economia elevou a quantidade de pessoas ocupadas no país, movimento que ajudou na queda geral da taxa oficial divulgada pelo IBGE.
O desemprego fechou o último trimestre do ano passado em 11,6%, queda de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em setembro, quando a taxa de desemprego havia atingido 11,9%.
+ Papéis da Vale sobem 9% com proposta da empresa
Apesar da melhora estatística, o país encerrou 2018 com número alto de pessoas que ainda não tinham emprego, mas que estavam em busca de oportunidade.
O contingente de desocupados na média do ano passado foi de 12,8 milhões de pessoas, queda frente as 13,2 milhões nessa condição em dezembro do ano anterior. No intervalo de um ano, a fila de emprego foi reduzida em 400 mil pessoas.
A fila é menor porque muitas pessoas, levadas pela crise, aceitaram empregos de qualidade mais baixa para sobreviver.
São estudantes, idosos ou mães com filhos pequenos que antes não trabalhavam e que agora estão tendo que complementar a renda do domicílio. A entrada desses novos atores no mercado fez explodir o número de pessoas ocupadas do país.
A população ocupada em nível alto contribuiu para que a taxa geral de desemprego viesse menor no ano passado.
+ Petrobras vende refinaria de Pasadena para empresa francesa
O contingente de pessoas ocupadas, que são aquelas que estão efetivamente empregadas, seja no mercado formal ou informal, encerrou 2018 em 91,8 milhões, aumento de 1,2 milhão de frente ao verificado em 2017. É o terceiro maior resultado para o indicador desde o início da série histórica iniciada em 2012.
Desde o final de 2017 que a quantidade de trabalhadores informais supera o número de postos com carteira assinada. Esse movimento, inédito até então na série histórica, acelerou em 2018.
A quantidade de trabalhadores com carteira assinada encerrou 2018 em 32,9 milhões, queda de 1,2% em relação ao apurado em 2017. No intervalo de um ano, 411 mil pessoas deixaram o mercado formal.
Na outra ponta, trabalhadores sem carteira somaram 11,1 milhões de pessoas, alta de 482 mil pessoas na passagem de 2017 para 2018.
Os trabalhadores por conta própria atingiram 23,3 milhões de pessoas, aumento de 2,9% na mesma base comparativa ou de 657 mil pessoas a mais nessa situação no ano passado. Com informações da Folhapress.