Guedes pede redução de questionário do Censo para execução de pesquisa
Ministro ainda voltou a defender as privatizações para amortizar o peso dos juros da dívida no orçamento
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ITALO NOGUEIRA - RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu nesta sexta-feira (22) a redução do questionário do Censo para superar a falta de recursos para a principal pesquisa demográfica do país.
A declaração foi dada durante cerimônia de posse da nova presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, órgão responsável pelo levantamento decenal. O Censo não tem recursos orçamentários garantidos.
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"Vamos tentar, pelo amor de Deus, simplificar. O Censo dos países ricos tem dez perguntas, o Censo brasileiro tem 150, e o censo do Burundi tem 360. Se perguntar demais você vai acabar descobrindo coisas que nem queria saber. Sejamos espartanos, façamos as coisas mais compactas e vamos tentar de toda forma ajudar", disse Guedes na sede do IBGE, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
O ministro também criticou o fato do órgão ter seus funcionários espalhados por seis prédios na cidade. Ele pediu para que o IBGE venda suas sedes para obter recursos para realizar o Censo.
"Tem um enigma ainda não resolvido por vários economistas que já passaram por aqui. São três sedes, seis prédios. Não tem dinheiro para o Censo, mas o presidente fica de frente para o Pão de Açúcar, a diretoria fica no centro, e a turma da ralação fica aqui [na Tijuca]", disse ele.
A nova presidente do IBGE saiu da posse sem falar com a imprensa. Em seu discurso, ela destacou o fato do órgão ter modernizado o Censo, que foi digitalizado em 2010.
Guedes voltou a defender as privatizações para amortizar o peso dos juros da dívida no orçamento, além de melhorar a prestação de serviços.
"Lembrem-se que telefone era meio de luxo. Privatizamos e entregador de pizza, todo mundo hoje tem telefone. Prostituta... Todo mundo marca seus programas pelos meios digitais. É progresso para todo mundo", afirmou ele.
Ele afirmou também estar otimista com a aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre deste ano.
"Tenho experimentada Brasília com ventos de otimismo. Os poderes constituídos querem trabalhar juntos", disse.