Meteorologia

  • 22 NOVEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Guedes nega a montadoras rever livre-comércio

Guedes disse a representantes de três gigantes do setor que chegou a hora de abrir a economia

Guedes nega a montadoras rever livre-comércio
Notícias ao Minuto Brasil

17:12 - 04/04/19 por Folhapress

Economia Ministro

RAQUEL LANDIM - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, refutou pessoalmente o pleito das montadoras de reestabelecer o sistema de cotas que regulava o comércio automotivo entre Brasil e México.

Em reunião na sexta-feira (29), no Rio de Janeiro, Guedes disse a representantes de três gigantes do setor -General Motors, Fiat e Volkswagen- que chegou a hora de abrir a economia.

Segundo pessoas presentes ao encontro, o clima foi tenso. Um auxiliar do ministro chegou a afirmar que as montadoras receberam R$ 20 bilhões de subsídios em cinco anos, incluindo regimes regionais de apoio.

Marinho diz que governo não vai retirar nada do projeto de reforma

Do lado do governo, Guedes chegou acompanhado de sete subordinados, incluindo três secretários: Marcos Troyo (Comércio Exterior), Carlos Costa (Produtividade) e Marcos Cintra (Receita Federal).

Estiveram presentes cinco executivos, entre eles Antonio Filosa, presidente da Fiat, Carlos Zarlenga, presidente da GM, e Antonio Megale, diretor de Assuntos Governamentais da Volks.

A reunião foi marcada após um pedido do governador de São Paulo, João Doria, que teria relatado ao ministro a queixa da GM de que o livre-comércio com o México pode comprometer os investimentos planejados pela empresa em troca de incentivos fiscais estaduais.

Desde o dia 19 de março, carros e autopeças circulam entre os dois países sem pagar tarifa de importação. As montadoras disseram a Guedes que o Brasil não é competitivo o bastante para isso.

Argumentaram ainda que as empresas mexicanas seriam favoráveis à retomada das cotas, desde que acompanhadas de uma regra de origem mais branda. Quando o livre-comércio foi estabelecido, a exigência de peças produzidas localmente subiu de 35% para 40%.

Guedes respondeu que o Brasil vai voltar a negociar com o México a partir da segunda quinzena de abril. O objetivo, porém, seria abrir mercados. O governo quer trocar a redução no conteúdo local dos carros por um acordo amplo, que contemple ônibus e caminhões e eventualmente outros setores da economia.

Guedes também teria enumerado os esforços que vem fazendo para melhorar a competitividade das empresas, com desburocratização, o encaminhamento da reforma da Previdência e os planos de reforma tributária. Em razão disso, disse ele, não seria necessário reestabelecer as cotas com o México.

A reunião entre Guedes e as montadoras marca uma mudança importante de posição do governo federal. Nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT, o setor foi agraciado com regimes especiais de impostos.

O momento, no entanto, é delicado. Com os lucros em queda, as montadoras vêm ameaçando com demissões. A Ford, por exemplo, vai fechar a unidade de São Bernardo do Campo (SP).

Representantes de Fiat, Volks e GM não responderam aos contatos. O Ministério da Economia não comentou.

Campo obrigatório