BNDES pretende vender R$ 100 bi em participações
Gustavo Montezano assumiu a presidência do banco
© Reuters / Nacho Doce
Economia Direção
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, disse nesta terça-feira (16) que assume a instituição com metas que incluem a venda de até R$ 100 bilhões de participações detidas em outras companhias.
O foco será se desfazer de ações que gerem um retorno apenas financeiro, e não também social. Segundo ele, o banco pode continuar investindo em ações de empresas caso seja seguida essa lógica.
O ritmo das vendas vai considerar o valor dos ativos no momento da transação para que o banco não deixe de ganhar recursos, diz ele.
Montezano fez um discurso que procurou mostrar alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e com a equipe econômica ao citar a chamada "caixa-preta" da instituição.
Ele afirmou que explicar esse tema será sua primeira meta, mas não foi assertivo sobre eventual existência de problemas no banco. "Não tenho opinião formada sobre o tema. Estou vindo com a cabeça aberta sobre o conteúdo das informações que estão lá e estou pedindo prazo de dois meses para formar uma opinião."
Ele afirmou ainda que devolverá R$ 126 bilhões em empréstimos ao Tesouro neste ano, e um total de R$ 270 bilhões até o fim do mandato. O banco será redimensionado para se voltar a assuntos como privatizações, diz Montezano. "O BNDES do futuro será um banco de serviço do Estado brasileiro, ajudando em privatizações, concessões, desinvestimentos."
Em discurso na posse de Montezano, Bolsonaro salientou a relação que tem com ele desde que o novo presidente do BNDES era criança. "Como um morador do condomínio, acompanhava as atividades deles todos e vi que daquela garotada (...) temos um presidente do BNDES, um senador [Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)], e também, se Deus quiser, um embaixador na potência mais importante do mundo [o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)]."
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o projeto do governo é "desestatizar o mercado de crédito brasileiro" e devolver recursos ao Tesouro. Também afirmou que o BNDES terá como metas acelerar parcerias público-privadas, além de financiar projetos de saneamento e atuar na reestruturação das finanças de estados e municípios.