Corinthians aposta em conciliação com a Caixa em audiência do dia 29
Corinthians e Caixa Econômica Federal terão audiência de conciliação para tratar da dívida de R$ 536 milhões da Arena
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Esporte Arena
Corinthians e Caixa Econômica Federal terão audiência de conciliação no dia 29, às 15h, em São Paulo, para tratar da dívida de R$ 536 milhões da Arena - o clube alega que deve R$ 470 milhões. O juiz Victor Giuzio Neto, da 24ª Vara Federal de São Paulo, incluiu no processo data e horário para que as duas partes compareçam ao tribunal.
A informação foi confirmada pelo Estado ouvindo conselheiros do Corinthians, que acreditam em um acordo com o banco para efeito suspensivo do processo judicial. A intenção é interromper a ação que corre na Justiça enquanto acontece a nova negociação para o pagamento das parcelas do estádio em Itaquera.
No último dia 4, o departamento jurídico do Corinthians entrou com pedido de embargo ao processo movido pela Caixa. O clube pede a suspensão da execução judicial, a retirada do nome da Arena Itaquera S/A do Serasa e a designação de audiência de conciliação. O diretor jurídico do clube, Fábio Trubilhano, enviou nota ao Estado para explicar o pedido. Nela ele diz que o Corinthians considera excessivo os juros cobrados pelo banco no processo.
A Caixa cobra R$ 536 milhões por causa do atraso de seis meses no pagamento das parcelas da arena. Em 23 de setembro, o banco anexou ao processo o pedido de bloqueio das contas da Arena Itaquera até que o valor total seja quitado. A empresa foi criada para obter o financiamento por meio do BNDES. Enquanto acontece a briga judicial, o Corinthians e a Caixa tentam um novo acordo amigavelmente. É nisso que o clube acredita. Até agora a Caixa parece irredutível em sua decisão de cobrar o Corinthians.
A primeira reunião aconteceu em 24 de setembro, em Brasília, e contou com a presença dos responsáveis financeiros de cada lado. A diretoria do clube diz ainda não ter uma proposta formalizada de quanto e como pretende quitar essa dívida. A intenção é assinar contrato com juros mais baixos e nos moldes do que estava verbalizado entre Andrés Sanchez e a gestão anterior do banco, mantendo o prazo final do pagamento em 2028. O contrato inicial feito via BNDES previa juros em torno de 9%, com aumento para 12% em caso de inadimplência.
Andrés costuma reclamar em suas entrevistas de que o clube paga as maiores taxas se comparadas com as outras arenas erguidas para a Copa do Mundo de 2014. No entanto, ele afirma também que o Corinthians pode e consegue pagar essa dívida.
O Corinthians pretende pagar entre novembro e fevereiro o valor de R$ 2,5 milhões por serem meses com menor número de jogos na temporada. No restante do ano, quer desembolsar algo em torno de R$ 6 milhões. A acordo continuaria com validade até o término de 2028. Ou seja, descontando os juros, o clube deve pagar nos próximos nove anos cerca de R$ 522 milhões.
A Caixa Econômica Federal não se pronuncia oficialmente sobre o assunto. Há duas semanas, o banco pediu na Justiça a falência do conglomerado Odebrecht. Fontes ligadas ao caso ouvidas pelo Estado lembram que, em processos de recuperação judicial, é comum que credores peçam a falência.
Em caso de não conciliação, a Caixa vai fazer valer na Justiça seu direito de cobrar o Corinthians de uma vez só. Pretende manter a conta da empresa que administra as contras do estádio bloqueadas até que a dívida seja quitada. O clube espera que o caso não chegue nesse ponto. O Corinthians não tem dinheiro para pagar seu estádio antes da data estipulada verbalmente.