Mercado da bola feminino no Brasil vive pré-temporada movimentada
Foram realizadas negociações relevantes, como a volta de Andressinha ao País, trocando o Portland Thorns, dos Estados Unidos, pelo Corinthians e outras que acirraram a rivalidade entre os clubes.
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Esporte Futebol Feminino
Ainda impulsionado pelo sucesso midiático do Mundial da França e pelo envolvimento (ainda irregular) dos grandes clubes, o mercado da bola do futebol feminino vive uma pré-temporada movimentada. Foram realizadas negociações relevantes, como a volta de Andressinha ao País, trocando o Portland Thorns, dos Estados Unidos, pelo Corinthians e outras que acirraram a rivalidade entre os clubes. A meia Ary, que foi camisa 10 e até capitã do São Paulo, fechou com o Palmeiras.
O Corinthians é o adversário a ser batido na temporada. Em 2019, o time foi campeão da Copa Libertadores, do Campeonato Paulista, terminou com o vice do Campeonato Brasileiro e ainda entrou para o Guinness Book como a equipe que mais acumulou mais vitórias seguidas na história do futebol: 34 no total. Com a máxima de time que está ganhando não se mexe, o clube alvinegro foi quem menos perdeu jogadoras, só uma atleta deixou o elenco em relação o ano passado.
Em compensação, a diretoria buscou reforços e contratou três atletas. Destaque para a meio-campista Andressinha, de 24 anos. A atleta, que tem passagens pela seleção brasileira e estava no Portland Thorns, dos Estados Unidos. Andressinha tem no currículo a experiência de disputar dois Mundiais (2015 e 2019) e também participação nos Jogos Olímpicos de 2016. Além dela, foram contratadas a lateral-direita Poliana e a atacante Pâmela. Todas já trabalham com as novas companheiras sob o comando da comissão técnica de Arthur Elias.
Tanto Palmeiras quanto São Paulo, que jogam neste ano a Série A do Campeonato Brasileiro, reforçaram seus times para esta temporada. Em suas oito contratações, a equipe alviverde acabou tirando peças fundamentais dos rivais. Do Santos veio a meio-campista Angelina, capitã da seleção sub-20. Ottilia e Ary Borges saíram do rival São Paulo, onde fizeram uma boa temporada em 2019. A saída causou forte reação negativa dos são-paulinos nas redes sociais.
"A gente não esperava que fosse um ódio tão grande da parte deles. Foi muito de surpresa, mas acontece. Como alguns sabem é o time de coração do meu pai e da minha mãe, então eu estou muito satisfeita de estar vestindo essa camiseta", disse Ottilia.
O clube também está investindo em infraestrutura. A prefeitura de Vinhedo renovou a parceria para que o município do interior paulista continue sendo a sede do futebol feminino do clube alviverde. O estádio Nelo Bracalente está passando por uma reestruturação. As obras incluem revitalização dos vestiários, instalação de para-raios e sala de controle de doping. Os custos com a readequação do gramado são por conta do Palmeiras.
Para compensar a saída de Valéria para o futebol espanhol, das atletas que foram para o Palmeiras e também da renomada atacante Cristiane, a diretoria do São Paulo contratou 13 novidades para o técnico - oito atletas contratadas e cinco oriundas da categoria de base. O objetivo é superar a campanha do ano passado, quando a equipe alcançou o vice-campeonato paulista e o título da Série A2.
"Acredito que o balanço das chegadas e saídas é positivo. Perdemos peças importantes, mas também conseguimos repor com peças importantes. Vamos focar em quem está aqui para brigar pelos títulos no Campeonato Brasileiro e no Campeonato Paulista", afirmou o técnico Lucas Piccinato.
Entre os destaques do São Paulo estão a atacante Gláucia, vice-artilheira da Série A do ano passado pelo Santos. Outro nome de peso é Duda, que estreou na seleção brasileira no ano passado e volta ao País após duas temporadas na Noruega, país de forte tradição no futebol feminino. Também merece destaque a permanência da meio-campista Yayá, jogadora de 17 anos que já foi convocada pela técnica Pia Sundhage.