Há 35 anos, Ayrton Senna comemorava primeira vitória na F-1
Nesse mesmo dia, às 22h23, o presidente eleito Tancredo Neves morreu em São Paulo
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Esporte AYRTON-SENNA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Há 35 anos, Ayrton Senna protagonizou um dos maiores eventos da F-1. No circuito de Estoril, no GP de Portugal, sob forte chuva, em prova marcada por derrapagens e batidas, Senna foi impecável para alcançar a primeira de suas 41 vitórias na principal categoria do automobilismo mundial.
O dia 21 de abril de 1985 não foi fácil para o brasileiro. Primeiro porque seu carro, a Lotus Renault 97T, com o qual obteve a pole no dia anterior, teve o motor e câmbio inviabilizados na manhã da prova.
Depois, pela chuva, que se manteve por toda a corrida, e pelo carro, que teve problemas com os freios e, disse Senna, "se descontrolava a cada curva".
A dificuldade fez com que só 9 dos 25 pilotos concluíssem a prova, com nomes de peso, como Nelson Piquet, Alain Prost e Niki Lauda, abandonando.
A superioridade de Senna, à época com 25 anos, foi tanta que, além de liderar de ponta a ponta, terminou com mais de um minuto de vantagem sobre o segundo colocado, Michele Alboreto, e uma volta sobre o terceiro, Patrick Tambay. "É uma sensação extraordinária. Estou muito feliz. É meu segundo ano na F-1 e pude realizar meu primeiro grande sonho de vencer uma corrida."
Foi o 16º GP de F-1 de Senna, que já tinha brilhado em 1984, também sob chuva, no GP de Mônaco, quando ficou em segundo -a prova foi interrompida. "As condições estavam dez vezes piores do que em Mônaco. Mesmo na reta, a 250 km/h, o carro vinha aquaplanando. Achei um absurdo continuarem a corrida."
Na 30ª volta, Senna acenou para que a prova fosse paralisada. "Tinha carro batido por várias voltas na entrada da reta. Eu perdi a conta das vezes em que estive a ponto de bater."O GP de Portugal, porém, terminou pelo tempo, com duas horas, com Senna completando 67 das 70 voltas previstas.
Antes do pódio, foi cumprimentado, por telefone, por José Sarney, que ocupava a Presidência naquele 21 de abril. Nesse mesmo dia, às 22h23, o presidente eleito Tancredo Neves morreu em São Paulo.
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