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DFB admite pagamento, mas nega compra de votos para ter Copa

Em uma entrevista coletiva organizadas às pressas, em Frankfurt, Wolfgang Niersbach ressaltou que "tudo foi feito com meios honestos"

DFB admite pagamento, mas nega compra de votos para ter Copa
Notícias ao Minuto Brasil

13:05 - 22/10/15 por Estadao Conteudo

Esporte Federação

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Wolfgang Niersbach, voltou a negar de forma veemente, nesta quinta-feira, que houve compra de votos por parte da entidade para vencer a disputa que elegeu a Alemanha sede da Copa do Mundo de 2006. Em uma entrevista coletiva organizadas às pressas, em Frankfurt, o dirigente ressaltou que "tudo foi feito com meios honestos".

Niersbach se manifestou publicamente após receber forte pressão de organismos regionais de futebol da Alemanha, que cobraram explicações para a acusação de que foram utilizados cerca de US$ 6 milhões para a candidatura do país comprar apoio no processo de escolha da sede do Mundial de 2006.

O dirigente confirmou que houve um pagamento feito à Fifa, reportado na semana passada pelo semanário alemão Der Spiegel, mas esclareceu que o mesmo foi realizado para organização da Copa, em uma reunião ocorrida em 2002, dois anos depois de a Alemanha ter sido eleita sede da competição. Isso em uma votação realizada em 2000 pelo Comitê Executivo da entidade que controla o futebol mundial.

Niersbach disse que o acordo ocorreu durante uma reunião que contou com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o então presidente do comitê organizador do Mundial, Franz Beckenbauer, em janeiro de 2002. Na última sexta, porém, o Der Spiegelinformou que um "Caixa Dois" de 10,3 milhões de francos suíços (cerca de US$ 6 milhões na época) foi criado para comprar os votos de quatro representantes da Ásia no Comitê Executivo da Fifa.

O líder da DFB, entretanto, negou que isso tenha ocorrido e ressaltou: "A mensagem chave é que tudo foi feito com meio honestos para a candidatura à Copa de 2006. Não houve 'Caixa Dois', não houve compra de votos". Ele já havia negado estas acusações do semanário alemão também na última segunda-feira.

Niersbach afirmou ainda que visitou a residência de Beckenbauer na Áustria, na última terça, onde falou sobre o acordo que foi feito entre ele e Blatter. Na época do acordo, a Fifa se comprometeu a fornecer um subsídio de 250 milhões de francos suíços (cerca de 170 milhões de euros no câmbio daquela ocasião), mas, segundo Niersbach, a entidade só aceitava ceder este valor se recebesse previamente a quantia de 10 milhões de francos suíços (cerca de 6,7 milhões de euros) para o Comitê de Finanças da Fifa. Este valor, no caso, teria sido pago como forma de garantia para o trato e depois seria devolvido pela entidade máxima do futebol.

Naquela ocasião, Beckenbauer concordou em assumir o pagamento para fins privados, uma vez que considerou que a situação financeira global do mundo era sólida, mas acabou sendo o então executivo da Adidas, o francês Robert Louis Dreyfus, que fez a transferência. E, ao ser questionado sobre o motivo para Dreyfus ter feito o pagamento, o presidente da DFB admitiu: "Nem eu tenho claro isso. Não posso responder essa pergunta".

O presidente da NFB ainda assegurou que "o Comitê Organizador da Copa do Mundo teve três possíveis vias de renda: venda de ingressos, patrocínios e um subsídio para a organização".

Apesar de todas as alegações de Niersbach, uma comissão da DFB está investigando o caso, bem como um internacionalmente respeitado escritório de advocacia, mas o dirigente não soube dizer quanto tempo levará a apuração. Promotores alemães estão examinando se há motivos para a abertura de uma investigação sobre as acusações. Com informações do Estadão Conteúdo.

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