Lutador Navid Afkari é executado no Irã por enforcamento e COI se diz chocado
Afkari foi executado "esta manhã, após procedimentos legais serem executados por insistência dos pais e da família da vítima", disse a mídia estatal citando o chefe do departamento de justiça da província de Fars, no sul do país
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Esporte Execução
A TV estatal iraniana informou neste sábado que o lutador Navid Afkari foi executado neste sábado no país por enforcamento. Ele havia sido condenado por supostamente assassinar um segurança durante protestos antigovernamentais em 2018, e foi morto na cidade de Shiraz.
Afkari foi executado "esta manhã, após procedimentos legais serem executados por insistência dos pais e da família da vítima", disse a mídia estatal citando o chefe do departamento de justiça da província de Fars, no sul do país.
O lutador foi morto apesar da grande pressão internacional de entidades como a Anistia Internacional e o Comitê Olímpico Internacional, e até do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu que a vida do atleta fosse poupada.
Afkari foi preso junto com seus dois irmãos por participar de protestos contra o governo do Irã em 2018. Autoridades acusaram o lutador de esfaquear um funcionário de uma empresa de abastecimento de água na cidade de Shiraz, no sul do país.
Por meio de um comunicado oficial, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse estar chocado e triste com a notícia da execução do lutador, e ressaltou que o
presidente da entidade, Thomas Bach, "fez apelos pessoais diretos ao presidente do Irã (Hassan Rohani) nesta semana e pediu misericórdia para Navid Afkari".
Afkari, de 27 anos, que conquistou títulos na luta olímpica em seu país, disse que foi torturado para fazer uma confissão falsa, de acordo com sua família e ativistas. Seu advogado afirmou que não há provas de sua culpa. O judiciário do Irã negou as acusações de tortura.
O caso reavivou uma demanda dentro do país para que o Irã dê fim à pena de morte. A ativista Nazanin Boniadi, embaixadora da Anistia Internacional do Reino Unido e membro da organização Direitos Humanos no Irã, pediu responsabilização das autoridades por essa "farsa da Justiça".
A morte atraiu protestos internacionais. Um sindicato global que representa 85 mil atletas pediu na última terça-feira a expulsão do Irã do esporte mundial se Afkari fosse executado. A Comissão de Atletas do COI também emitiu uma manifestação solidária.
"Estamos devastados em saber sobre a execução do nosso colega Navid Afkari. Nos últimos dias o COI trabalhou com nosso total apoio para salvar a vida de Navid's. Estamos tristes que nossos esforços e os da comunidade atlética não alcançaram o resultado desejado. Nossos pensamentos e orações estão com a família e os amigos de Navid nesse momento difícil".