Palmeiras testa nova 'logística' em La Paz para tentar classificação
A equipe pode ficar bem perto de classificação caso supere as dificuldades com o ar rarefeito e derrote o Bolívar, em La Paz
© REUTERS / Paulo Whitaker (Foto de arquivo)
Esporte Bolívia
Seis meses depois do último compromisso pela Copa Libertadores, o Palmeiras tem nesta quarta-feira, a partir das 21h30, a chance de encaminhar a vaga para as oitavas de final da competição e de mostrar força em um dos ambientes mais temidos dos clubes brasileiros. A equipe pode ficar bem perto de classificação caso supere as dificuldades com o ar rarefeito e derrote o Bolívar, em La Paz, a 3,6 mil metros de altitude.
Com duas vitórias em dois jogos, o Palmeiras lidera o grupo. Um novo resultado positivo faria o time fechar o primeiro turno com 100% de aproveitamento e ficar muito perto da vaga na próxima fase. Fora isso, dos três jogos restantes, dois serão no Allianz Parque. Historicamente ter nove ou dez pontos já assegura classificação às oitavas de final.
Para se preparar para a partida, o Palmeiras fez um planejamento bem diferente em relação ao realizado por times e até pela seleção brasileira quando se trata de jogar na Bolívia. É comum as delegações usarem como base para esses compromissos a cidade de Santa Cruz de la Sierra, localizada somente a 400 metros de altitude.
De lá, as equipes só viajam para La Paz horas antes da partida, com o intuito de minimizar os efeitos no elenco. Geralmente o corpo começa a dar sinais de falta de oxigênio somente algumas horas após a chegada.
Desta vez o Palmeiras fez diferente. Até pela pandemia obrigar cuidados extras com voos o clube viajou de São Paulo para a capital boliviana na noite de domingo. O objetivo foi fazer o oposto do comum. Em vez de adiar o desembarque em La Paz para os jogadores não sentirem os efeitos durante a partida, a proposta foi de tentar fazer o elenco se acostumar ao ar rarefeito antes mesmo do jogo.
"Viemos com antecedência principalmente para identificar os problemas que a altitude traz e que podem interferir diretamente nas ações de jogo. Primeiramente, um dos empecilhos é a hiperventilação, que é a respiração ofegante, depois vem a rarefação do ar, que traz uma dor de cabeça, uma tontura. Isso tudo já foi superado hoje (segunda-feira) no treino", explicou o preparador físico do time, Antônio Mello.
O elenco realizou dois treinos no estádio Rafael Mendoza, que pertence ao The Strongest. Na primeira atividade, os atletas sentiram um pouco a diferença. "A adaptação é difícil. Agora já começamos a entender a altitude e seus efeitos. A comissão decidiu vir dois dias antes para nos aclimatarmos melhor e isso vai ajudar bastante. Precisamos jogar de maneira inteligente", disse o zagueiro Gustavo Gómez, que atuou em La Paz algumas vezes pela seleção paraguaia em Eliminatórias.
O time terá três desfalques para a partida. Patrick de Paula, Lucas Lima e Luiz Adriano estão com problemas físicos, não treinaram na terça e serão poupados. "Diante das nossas necessidades e dos próximos confrontos, tanto no Brasileiro quanto na Libertadores, optamos, em conjunto Núcleo de Saúde e Performance e comissão técnica, em tirar esses três atletas da partida contra o Bolívar", afirmou o coordenador científico do clube, Daniel Gonçalves.
PARADO - O adversário do Palmeiras não joga desde 14 de março. O Bolívar está em pré-temporada desde o fim de julho, mas sente falta da oportunidade de disputar jogos oficiais. O nome mais conhecido do time é o atacante veterano Juan Carlos Arce, de 35 anos, que teve passagem no futebol brasileiro por Portuguesa e Corinthians.
O Bolívar tem uma vitória nesta Libertadores por ter batido o Tigre dentro de casa e durante a paralisação realizou quatro contratações.