Tri mundial do São Paulo com gol de Mineiro completa dez anos
O time de Rogério Ceni, Mineiro, Lugano e Amoroso dava aos fãs a mesma alegria vivida no começo da década de 1990 graças ao futebol ofensivo da equipe de Zetti, Raí, Müller e Telê Santana
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Esporte Morumbi
O torcedor do São Paulo se lembra nesta sexta-feira de um dos maiores feitos da história do clube. Há exatos dez anos a equipe do Morumbi voltava ao topo após bater o Liverpool, da Inglaterra, por 1 a 0, no Japão, e conquistar o seu terceiro título mundial. O time de Rogério Ceni, Mineiro, Lugano e Amoroso dava aos fãs a mesma alegria vivida no começo da década de 1990 graças ao futebol ofensivo da equipe de Zetti, Raí, Müller e Telê Santana.
O longo caminho entre essas duas eras vitoriosas custou ao São Paulo 12 anos de espera. Entre 1993 e 2005 a equipe amargou temporadas sem títulos brasileiros e dez anos sem sequer disputar a Libertadores. A expectativa foi recompensada com uma jornada impecável em 2005, com a conquista do próprio torneio continental, somado ao título do Paulista e por fim, em 18 de dezembro, o do Mundial de Clubes.
Aquela competição no Japão marcava a volta da organização do torneio pela Fifa. Embora tivesse realizado a sua primeira edição em 2000, no Brasil, a entidade máxima do futebol não organizou a competição internacional interclubes nos anos seguintes, até em 2005 escolher o país asiático como sede. Disputaram a taça os seis times campeões continentais daquele ano.
O São Paulo estreou já na semifinal contra o Al Ittihad, da Arábia Saudita, em Tóquio. Em partida nervosa, a equipe do técnico Paulo Autuori sofreu para ganhar por 3 a 2, com dois gols de Amoroso e outro de Rogério Ceni, de pênalti. A equipe asiática pressionou bastante no fim e deixou o torcedor são-paulino inseguro sobre como a equipe do Morumbi conseguiria vencer a final.
O favorito Liverpool chegou ao Japão em ótima fase. Liderado pelo meia Steven Gerrard, o time inglês havia vencido a Liga dos Campeões de forma heroica, após levar de 3 a 0 do Milan no primeiro tempo, reagir na etapa final e ganhar nos pênaltis. O clube vinha de bons resultados recentes, como 11 jogos sem levar gols, o último deles já no Mundial de Clubes, quando em ritmo de treino fez 3 a 0 no Saprissa, da Costa Rica.
Dias antes da final a equipe brasileira sofreu um grande susto. Durante um treino, Ceni sentiu dores no joelho enquanto cobrava faltas. O jogador consultou o médico ortopedista e superintendente de futebol na época, Marco Aurélio Cunha, que notou a gravidade da situação. Porém, ele preferiu omitir isso do goleiro, que foi para o jogo.
A presença de Ceni foi fundamental para o título. Em uma das melhores atuações da carreira, o são-paulino fez ótimas defesas, como ao espalmar uma cobrança de falta de Gerrard em que a bola ia entrar no ângulo. Ele salvou as inúmeras chances de gol inglesas. O azarão São Paulo pouco conseguir criar e nos poucos minutos que teve oportunidades, conseguiu decidir a final.
Aos 26 minutos do primeiro tempo, o atacante Aloísio dominou e viu o volante Mineiro se desmarcar. O pequenino meio-campista apareceu entre os dois zagueiros do Liverpool para entrar na área e tirar do goleiro Reina. A invencibilidade do time inglês estava encerrada e o sonho do tri mundial ficava mais palpável.
O restante do jogo foi de agonia para o torcedor são-paulino. A equipe europeia pressionou, teve três gols corretamente anulados por impedimento e deu muito trabalho para Rogério Ceni. O goleiro foi escolhido o melhor jogador tanto da final como do Mundial de Clubes. Outra honra para ele foi erguer a taça de campeão. Prêmio justo para simbolizar a retomada de um jogador que uniu duas gerações responsáveis por dar orgulho aos fãs do time do Morumbi.
Confira a ficha técnica daquele jogo:
SÃO PAULO 1 X 0 LIVERPOOL
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Edcarlos; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso e Aloísio (Grafite). Técnico: Paulo Autuori.
LIVERPOOL: Reina; Finnan, Carragher, Hyypia e Warnock (Riise); Sissoko (Pongolle), Gerrard, Xabi Alonso, Luís Garcia e Kewell; Morientes (Crouch). Técnico: Rafa Benítez.
Gol: Mineiro, aos 26 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Lugano e Rogério Ceni
Público: 66.821
Local: Yokohama, no Japão