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Polícia investiga caso de segundo baleado em São Paulo após jogo do Palmeiras

A violência ocorreu no fim da tarde, após a derrota do time paulista para o Chelsea, na final do Mundial de Clubes, na região do estádio Allianz Parque, na Pompeia, zona oeste de São Paulo

Polícia investiga caso de segundo baleado em São Paulo após jogo do Palmeiras
Notícias ao Minuto Brasil

11:30 - 15/02/22 por Folhapress

Justiça FUTEBOL-VIOLÊNCIA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil investiga se uma segunda pessoa foi baleada no sábado (12), durante confrontos entre torcedores do Palmeiras e com policiais militares. A violência ocorreu no fim da tarde, após a derrota do time paulista para o Chelsea, na final do Mundial de Clubes, na região do estádio Allianz Parque, na Pompeia, zona oeste de São Paulo.

Segundo o delegado César Saad, titular da Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva, a polícia foi informada de que um homem havia sido internado por causa de um tiro na mão. E que ele teria sido atingido nos confrontos de sábado na região do estádio do Palmeiras.

Durante os atos de violência, o motoboy Dante Luiz Oliveira, 40, foi morto com um tiro no tórax. O agente penitenciário José Ribeiro Apóstolo Júnior, 42, suspeito de ter feito o disparo, foi preso em flagrante.

"Vamos investigar [o suposto segundo baleado] para saber se o caso tem relação com o agente penitenciário", disse Saad.

Segundo o delegado, uma equipe da Polícia Civil iria ao hospital onde o homem que levou o tiro na mão foi internado para saber se seria possível levá-lo para prestar depoimento.

Além de ouvir a suposta nova vítima, a polícia fará o confronto balístico do projétil que acertou a mão da vítima com a arma do agente penitenciário, uma pistola 380, de uso pessoal do suspeito.

Apóstolo Júnior chegou, inclusive, a ser levado para prestar novo depoimento nesta segunda-feira (14), mas, não foi ouvido. No meio da tarde ele foi transferido para a Penitenciária de Tremembé (147 km de SP), segundo a Secretaria de Administração Penitenciária.

Ao juiz Renato Augusto Pereira Maia, durante audiência de custódia no domingo (13), o suspeito disse que foi "agredido por agentes da torcida organizada [Mancha Verde]", sendo atacado a pontapés, inclusive na cabeça e no rosto, e que, ao cair, teve a camisa rasgada, deixando a arma à mostra.

Nesse momento, afirmou, percebeu que a arma estava sem o carregador, que havia sido subtraído por alguém, assim como relógio e celular.

"Alega que mesmo assim novamente correu com a arma na mão, viu policiais militares e resolveu correr na direção deles para que o auxiliassem, porém foi alcançado por vários indivíduos, encurralado e novamente agredido", afirma trecho da decisão do juiz, que decretou prisão preventiva do suspeito.

A partir daí, o agente penitenciário afirmou em audiência de custódia que tentaram tomar a arma de sua mão, e diante da situação não sabe informar se o disparo efetuado foi sua ação ou dos indivíduos que tentavam subtrair a pistola. "Só após o disparo conseguiu chegar até os policiais e entregou sua arma", diz a sequência do trecho.

O advogado Renan de Lima Claro, um dos quatro defensores do réu, afirmou nesta segunda que a equipe foi até a delegacia para acompanhar a nova oitiva do agente penitenciário, que acabou não ocorrendo. "Ele está completamente à disposição para colaborar com a investigação", disse.

No domingo, Claro afirmou que a defesa impetrou habeas corpus para assegurar o direito de ele responder ao processo em liberdade.

"Ocorre que ele é um agente de segurança pública que, como tal, tem o direito reconhecido legalmente a porte de armamento", afirmou Claro, citando que policiais militares que atenderam a ocorrência disseram que observaram um sujeito encurralado, sendo agredido com socos, garrafadas e pontapés e ouviram um estampido.

"Este indivíduo conseguiu se desvencilhar e correu em direção a eles, e seu armamento não tinha munição e nem carregador", afirmou, sobre trecho do boletim de ocorrência.

Segundo ele, o registro policial confirma o que seu cliente disse em interrogatório, que foi roubado e agredido por outros torcedores, que subtraíram seu telefone e o carregador de seu armamento.

No interior Um outro torcedor do Palmeiras foi morto no sábado. O advogado Celso Wanzo, de 58 anos, morreu no em São José do Rio Preto (a 443 km de São Paulo), segundo a família, após ser agredido durante discussão com o síndico do condomínio onde morava, no bairro Jardim Pinheiros.

De acordo com a mulher de Wanzo, a arquiteta Giani Senefonte, eles estavam em casa com amigos assistindo ao jogo do Palmeiras na final do Mundial de Clubes quando ouviram xingamentos vindos da calçada.

Ainda segundo Senefonte, o advogado viu que era o síndico do condomínio e desceu acompanhado de um amigo. Logo que chegou à calçada, o agressor teria desferido um soco no advogado, que teria caído no chão desacordado.

O suspeito do crime, o gerente financeiro Emerson Ricardo Fiamengui, 44, se entregou à polícia na noite de domingo, após a decretação de sua prisão preventiva pela Justiça. Procurada, a defesa do síndico não respondeu até a publicação desta reportagem.

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