Temor de errar com um 'novo Borja' influencia busca do Palmeiras por um 9
O clube entende que os valores de mercado no momento estão fora da realidade
© Entenda o que está em jogo na última rodada dos grupos da Libertadores
Esporte Futebol
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Parece notícia repetida, mas não é: o Palmeiras ainda não tem pressa para contratação de um camisa 9 de peso. A questão é financeira, mas não devido à falta de recursos. O clube entende que os valores de mercado no momento estão fora da realidade. E não pretende fazer um gasto exorbitante apenas para dar satisfação à torcida, correndo o risco de contratar um "novo Borja".
Mas isso não quer dizer que o time paulista não trabalhe com uma data-limite. Até o dia 2 de abril, o Palmeiras precisa definir quem serão os seus 50 inscritos na fase de grupos da Libertadores. Portanto, em no máximo 40 dias, o clube precisa estar de contrato assinado com seu novo centroavante, se o quiser na competição continental na qual tentará o terceiro título seguido.
A citação ao colombiano Borja, agora e definitivamente jogador do Junior Barranquilla (COL), diz respeito ao valor pago pelo Palmeiras para trazê-lo a São Paulo no fim de 2016. Em meio a uma temerária queda de braço com um grupo chinês, o Palmeiras gastou cerca de R$ 70 milhões para vesti-lo de verde. E o jogador acabou rendendo pouco em campo, sem justificar tamanha exorbitância.
O Palmeiras entende que há uma clara inflação nos valores atualmente pedidos pelos jogadores, que se torna ainda pior à luz de cotações muito desfavoráveis do real perante o euro e o dólar.
Para efeito de comparação, a última cotação do dólar em 2016, ano em que Borja chegou ao Palmeiras, foi R$ 3,26. Na segunda-feira (21), a moeda dos EUA estava sendo vendida por R$ 5,11. Um passo em falso hoje custaria ainda mais caro do que valeu Borja, de quem o Palmeiras se livrou apenas no início deste ano, após vender 50% de seus direitos ao Junior por US$ 3,5 milhões (R$ 17,9 milhões).
O MESMO ALVO DE SEMPRE
Para disputar o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana, o Palmeiras entende que o elenco como está agora é suficiente, com Rafael Navarro e Deyverson como opções de ofício para o setor. O herói do tricampeonato da Libertadores, aliás, nem deve ficar. Tem contrato apenas até junho, que não deve ser renovado.
Na visão da diretoria e do departamento de análise de desempenho, o nome do argentino Taty Castellanos, do New York City, continua sendo o preferido. A proposta mais recente do Palmeiras pelo atleta de 23 anos foi 8,5 milhões de euros, cerca de R$ 49 milhões. O valor fica um pouco abaixo dos R$ 51 milhões oferecidos pelo River Plate (ARG), rechaçados na última semana.
Outro nome muito falado no clube alviverde em janeiro foi o do argentino Lucas Alario. O jogador do Bayer Leverkusen (ALE), no entanto, não tem previsão de deixar o clube alemão. o Palmeiras chegou a oferecer 1 milhão de euros pelo empréstimo de um ano do atacante, mas não houve acerto. No fim de janeiro, o estafe do atleta declarou que ele não tinha interesse em deixar a Alemanha.
Enquanto isso, Abel Ferreira vai se virando como pode. Depois de um longo tempo usando Rony na função, o técnico testou Raphael Veiga como centroavante na vitória por 1 a 0 sobre o Santo André, sábado (19), pelo Campeonato Paulista.