Abel cita Telê e pede mudança no futebol brasileiro: 'Vamos pôr o dedo na ferida'
"O elenco está igual aos outros, são lesões atrás de lesões. A responsabilidade vocês sabem de quem são", questionou o treinador
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Abel Ferreira dedicou, mais uma vez, parte de sua coletiva de imprensa para criticar a CBF, responsável pela organização do calendário do futebol brasileiro. O treinador do Palmeiras citou Telê Santana, uma de suas referências, para questionar os responsáveis por deixarem curtos períodos para descanso aos atletas, por gramados ruins.
Os dois fatores, aliados às viagens longas, explicam, na visão do português, a profusão de lesões que sofrem os atletas em todas as temporadas, além da queda de desempenho, normal sobretudo neste momento da temporada, em que os times perdem peças importantes devido à exaustiva maratona de partidas.
Contra o Cuiabá, o técnico preservou Marcos Rocha e só colocou Zé Rafael no segundo tempo. Ele não pôde escalar Rony, Navarro e Jorge, machucados, e começa a se preocupar com Piquerez, que pediu pra sair no fim da partida.
"O elenco está igual aos outros, são lesões atrás de lesões. A responsabilidade vocês sabem de quem são", questionou o treinador, sem dar nomes. "Tinha muito a falar, mas há quem não queira melhorar. A última vez que o Telê Santana falou no Roda Viva, 20 anos depois segue super atual. Mais nada tenho a dizer sobre isso".
A arbitragem do Choque-Rei continua reverberando e causa profunda inquietação no português e no Palmeiras, revoltado com a decisão do VAR no pênalti anotado a favor do São Paulo. A CBF reconheceu que houve erro ao ignorar possível impedimento de Calleri no lance. A linha, na ocasião, não foi traçada.
"Vamos colocar o dedo na ferida, e todos em conjunto. Treinadores, diretores, jornalistas, ver o que fazer para mudar isso. Para não dizer que o Telê Santana continua a ter razão. O que ele disse continua atual. Eu, na minha função, vou continuar me esforçando ao máximo para fazer o que sei. Espero que cada um faça o mesmo. O que aconteceu há três dias não é para esquecer", esbravejou o técnico.
"Que sirva de exemplo. O primeiro passo é assumir o erro, quem assumiu o erro? O segundo é corrigir o erro e melhorar para a próxima vez, não vale a pena. O que vale a pena para o bem da verdade esportiva e da credibilidade do futebol", emendou.
Outra atitude repetida de Abel na entrevista foi elogiar os torcedores, responsáveis, segundo ele, por dar a ele a convicção de ter feito a coisa certa ao aceitar a proposta para renovar com o clube até o fim de 2024.
"Cada vez mais tenho convicção na decisão que tive de continuar a treinar neste clube. O que nossos torcedores fazem, puxando pela equipe, grande gratidão, porque nossos jogadores sentem. Não é muito normal o que tem a ver com a cultura desportiva", falou Abel.
Com ele, o Palmeiras alcançou 100 gols no ano, marca que só ele atingiu por enquanto entre todos os clubes da Série A. "Nossos torcedores abraçaram a ideia da equipe, já viram 100 gols neste ano, acredito que gostam daquilo que fazemos".