Após investigação, Polícia indicia trio do Botafogo-SP por violência sexual
A vítima é uma mulher de 27 anos e os crimes teriam ocorrido no Rio de Janeiro na madrugada do dia 26 de setembro, após a conquista do acesso do time do interior paulista da Série C para a Série B do Campeonato Brasileiro.
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Esporte JUSTIÇA-RIO
SÃO PAULO, SP (UO/FOLHAPRESS) - Três jogadores do Botafogo-SP foram indicados nesta sexta-feira (7) por crimes de violência sexual pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. A vítima é uma mulher de 27 anos e os crimes teriam ocorrido no Rio de Janeiro na madrugada do dia 26 de setembro, após a conquista do acesso do time do interior paulista da Série C para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Dudu Hatamoto, 19, foi indiciado por estupro. João Diogo, 23, por injúria e importunação sexual. Já Lucas Delgado, 27, que é argentino, responderá por posse sexual mediante fraude, também chamada de dissimulação. A informação foi publicada inicialmente pelo "ge" e a investigação foi concluída pelo 4º DP (Praça da República).
Na madrugada de 26 de setembro, o trio de jogadores deixou a concentração sem autorização do Botafogo-SP por volta da 1h de segunda-feira, após a vitória por 2 a 1 sobre o Volta Redonda, no estádio Raulino de Freitas - o resultado carimbou a vaga da equipe para a Série B.
No boletim de ocorrência a que o UOL Esporte teve acesso, a vítima conta que começou a ficar com Lucas Delgado em uma boate na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, e que foi convidada pelo atacante para ir ao hotel em que o time estava hospedado, o Intercity Porto Maravilha - localizado próximo ao aeroporto Santos Dumont, em Santo Cristo, bairro portuário situado no extremo norte da zona central.
Em seguida, os dois teriam praticado sexo consensual, porém, Delgado, contrariando a vítima não teria feito uso de preservativo.
Na sequência, de acordo com a mulher de 27 anos, ela ouviu barulhos na porta e dois jogadores [João Diogo e Dudu] entraram no quarto 'querendo também manter relações sexuais' com ela, que negou. Por causa disso, ela teria sido xingada por João Diogo e mordida nos seios e agredida por Dudu.
Ela contou ainda que desceu aos prantos para o saguão do hotel e que foi informada pela recepcionista do hotel que eles eram jogadores do Botafogo-SP. Os jogadores negam as acusações.
De acordo com o clube paulista, Lucas Delgado teve o seu contrato rescindido, enquanto Dudu e João Diogo foram punidos por infração disciplinar, uma vez que deixaram a concentração sem autorização. O Botafogo-SP informou ainda que aguardará a conclusão das investigações para decidir quais outras atitudes serão tomadas sobre os dois atletas.
Como denunciar
Crimes sexuais cometidos em ambientes íntimos são difíceis de comprovar. Por isso, a palavra da vítima tem peso, mas ela pode também comprovar através de exame se houve ejaculação.
Para denunciar a violência de gênero, a mulher pode ligar para o 190, que é o número de emergência da polícia militar indicado para quem estiver presenciando uma situação de agressão. O Ligue 180 é o canal criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.
Também é possível acionar esse serviço pelo WhatsApp. Nesse caso, acesse o (61) 99656-5008. As denúncias de violência contra a mulher ainda podem ser feitas pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Se preferir, é possível fazer a denúncia por meio do Telegram: basta acessar o aplicativo, digitar na busca "DireitosHumanosBrasil" e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180.
Caso a mulher não queira procurar imediatamente uma delegacia, pode buscar outras formas de apoio nos núcleos de Atendimento à Mulher nas Defensorias Públicas, Centros de Referência em Assistência Social, Centros de Referência de Assistência em Saúde ou nas Casas da Mulher Brasileira. Lá, poderá ser encaminhada para uma casa-abrigo ou para serviços psicológicos ou jurídicos.
O Disque 100 registra ocorrências de crimes cometidos contra criança, adolescente, pessoa idosa ou pessoa com deficiência. Esse canal também pode ser acionado pela internet, por meio do aplicativo Proteja Brasil, com download gratuito em celulares com sistemas operacionais iOS e Android.
Mulheres vítimas de estupro podem buscar os hospitais de referência em atendimento para violência sexual para tomar medicação de prevenção de ISTs, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Veja a lista checada de onde realmente é feito o procedimento: www.abortolegal.org.