Flamengo pode ser 7º tri da América e Athletico-PR mira seleto grupo de campeões
Pela terceira vez nos últimos quatro anos, o Flamengo coloca sua força e favoritismo à prova diante do eficiente Athletico-PR, que deixou a equipe de Abel Ferreira pelo caminho e luta pela taça perdida há 17 anos.
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Esporte Mengão
O seleto grupo de 25 campeões da América pode ganhar mais um integrante neste sábado ou somar seu sétimo tricampeão. Após duas conquistas seguidas do Palmeiras, o continente voltará a ser preto e vermelho, com decisão entre brasileiros rubro-negros em busca da eterna glória. Finalista Pela terceira vez nos últimos quatro anos, o Flamengo coloca sua força e favoritismo à prova diante do eficiente Athletico-PR, que deixou a equipe de Abel Ferreira pelo caminho e luta pela taça perdida há 17 anos. A decisão da 63ª edição da Copa Libertadores será às 17 horas, no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, de Guayaquil, no Equador, com capacidade para quase 60 mil torcedores.
Será uma decisão recheada de coincidências, que vão além das cores dos uniformes. Os treinadores nutrem uma sadia amizade há muitos anos - Dorival Júnior foi pupilo de Felipão no Grêmio, em 1993 -, mas estavam desempregados no início da temporada, os times têm como maestros dois uruguaios, Arrascaeta e Terans, além de xerifões experientes, David Luiz e Thiago Heleno, e atacantes que viraram unanimidade em suas respectivas agremiações, apontados como futuro da seleção brasileira.
Com somente 17 anos, Vitor Roque já é apontado como uma das grandes joias do futebol canarinho. O menino foi responsável por calar La Plata, anotando o gol da vaga às semifinais, de cabeça, nos acréscimos diante do Estudiantes. Depois, fez a diferença contra o Palmeiras, com assistências nos dois jogos e ainda ao causar expulsão de Murilo com seus dribles e magia com a bola nos pés.
Pedro se tornou unanimidade no meio da área, deslocando Gabriel Barbosa para a beirada do campo no Flamengo. Hoje, o clamor no País é para que seja o camisa 9 de Tite na Copa do Mundo do Catar tamanha sua facilidade em se livrar de marcadores e anotar gols, sejam de cabeça ou com toques refinados. Não por acaso é o maior artilheiro do clube em uma única edição da Libertadores, superando até o ídolo Zico, graças a seus 12 gols.
Apesar das similaridades, Flamengo e Athletico-PR se destoam. E a diferença quando a bola rolar no Equador estará na maneira de os times jogarem. Os cariocas carregam mais entrosamento pelo tempo do conjunto - são três anos juntos, apenas com reposição de saídas pontuais -, e abusam da técnica e da velocidade, enquanto os paranaenses se "encontraram" após muitos testes de Felipão e rodagem do elenco e surpreendem pela garra e a facilidade em reviravoltas nas partidas. Não há bola perdida para o clube, retratando bem a virtude vinda de seu experiente comandante de 73 anos.
Além do cobiçado título continental e de passaporte para o Mundial de Clubes, está em jogo uma atrativa premiação financeira a quem erguer o troféu. O campeão da América embolsará US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões), mais que o dobro para o segundo colocado, que ficará com US$ 6 milhões (em torno de R$ 32 milhões).
Entre tantos candidatos a herói neste sábado, um nome aparece com grande relevância: Gabriel Barbosa. Mesmo jogando fora da área para auxiliar Pedro, o camisa 9 do Flamengo se agiganta em decisões. Foram dele os dois gols na improvável virada sobre o River Plate nos minutos finais na conquista de 2019. Também anotou para empatar a final de 11 meses atrás, contra o Palmeiras, antes de Deyverson ser decisivo ao Palmeiras.
Ainda remoendo aquela derrota, Gabigol espera pela redenção em Guayaquil. "Voltar para casa depois de uma derrota é terrível, doído. Sou um cara sentimental, sinto as partidas, por isso reclamo muito, não escondo o que sinto, e fiquei muito triste (com a perda para o Palmeiras). Mas sabia que teria outra oportunidade e falei logo depois que voltaria. Estamos aqui e espero que agora acabe feliz", afirma, confiante.
Aproveita, ainda, para mandar recado aos torcedores oponentes, que prometem persegui-lo quando receber a bola. "Gosto de pressão. Prefiro jogar no Maracanã, com todo mundo gritando meu nome e me aplaudindo, mas tento usar isso (vaias) de motivação. Espero que vaiem para ser um combustível a mais para mim."
Enquanto Dorival Júnior não esconde a equipe a ser mandada a campo, garantindo que "tudo foi feito com perfeição e agora é preciso comprovar em campo", Felipão despista sobre a escalação do Athletico-PR, com possibilidade de apostar na experiência de Pablo, com Terans mais adiantado, e deixar Vitor Roque como arma para a etapa final, quando o rival já estiver descansado.
"Fomos nos moldando ao longo das partidas e não somos apenas um grupo com 11, 12 jogadores. Quero usar 15, 16 e todos têm condições", valoriza o grupo Felipão, que já disputou um mata-mata contra os cariocas no ano e acabou eliminado, nas quartas de final da Copa do Brasil, com gol decisivo de Pedro. Buscará a vingança sem pregar guerra. "Dentro de campo seremos inimigos enquanto a bola estiver rolando. Depois, somos todos amigos."
A certeza é que Guayaquil celebrará um campeão inédito e também presenciará comemoração de tricampeonato. Felipão quer a terceira taça pessoal em um clube que falhou em sua única decisão até agora por aposentadoria perfeita. Já Dorival Júnior busca a maior conquista da carreira para se eternizar como comandante do terceiro título dos cariocas.