Lukaku cobra providências da Liga Italiana após ataque racista em clássico
O belga foi o autor gol de empate da Internazionale, nos minutos finais do jogo, e foi xingado pelos torcedores rivais após ter sua comemoração interpretada como uma provocação
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Esporte Racismo
Alvo de cânticos racistas durante o empate por 1 a 1 entre Juventus e Inter de Milão, no primeiro jogo da semifinal da Copa da Itália, o atacante Romelu Lukaku se pronunciou nesta quarta-feira e pediu à Liga Italiana de Futebol que tome medidas para punir os responsáveis. O belga foi o autor gol de empate da Internazionale, nos minutos finais do jogo, e foi xingado pelos torcedores rivais após ter sua comemoração interpretada como uma provocação. Além disso, ainda acabou expulso justamente por causa da celebração.
"A história se repete. Passei por isso em 2019, e agora novamente em 2023", escreveu o jogador de 29 anos em sua página no Instagram, lembrando do episódio em que torcedores do Cagliari imitaram macacos para provocá-lo em seu primeiro ano no futebol italiano. "Eu espero que a Liga realmente tome ações de verdade desta vez porque esse lindo jogo deve ser aproveitado por todos. Agradeço a vocês pelas mensagens de apoio. F o racismo", completou.
Lukaku comemorou o gol, após cobrança de pênalti, fazendo um gesto de saudação militar com uma mão e levando a outra, com o dedo em riste, à boca. Embora tenham entendido o ato como provocação à Juventus, ele já havia feito a mesma celebração quando marcou um gol pela Bélgica contra a Suíça na Data Fifa de março. Trata-se de uma homenagem ao colega de seleção Comrade Doku, que celebra gols dessa maneira e não pôde ser convocado porque está lesionado.
Apesar disso, até mesmo a arbitragem da partida interpretou o gesto como provocativo e puniu o belga com o segundo cartão amarelo, o que gerou sua expulsão. Seguido a isso, formou-se uma grande confusão no gramado, enquanto torcedores juventinos intensificaram os insultos racistas que já eram ouvidos nas arquibancadas antes do gol.
Agora, a Inter pede que o segundo amarelo seja invalidado, usando como argumento o precedente do nigeriano Ademola Looka, jogador do Atalanta que recebeu amarelo, no ano passado, por causa de uma celebração considerada provocativa, mas teve a punição retirada após nova avaliação.
A Juventus, por sua vez, prometeu colaborar na identificação dos racistas. Sem citar Lukaku a Liga Italiana de Futebol emitiu um comunicado no qual diz que "condena qualquer episódio de racismo e todas as formas de discriminação". Michael Yormark, presidente da Roc Nation Sports International, empresa responsável por gerenciar a carreira do atacante, reforçou o pedido por punições duras contra os autores das ofensas racistas.
"O ataque racista sofrido por Romelu Lukaku e praticado por torcedores da Juventus, nesta noite em Turim, não pode ser tolerado. Antes, durante e após o pênalti, ele foi submetido a ofensas racistas hostis e desprezíveis. Romelu celebrou da mesma maneira que já havia celebrado outros gols. A resposta do árbitro foi dar um cartão amarelo a ele. Romelu merece desculpas da Juventus e as autoridades italianas devem usar essa oportunidade para combater o racismo em vez de punir a vítima".