Em vantagem, Atlético-MG busca título contra o América-MG para abafar crise
Em vantagem na decisão, perdeu na estreia da fase de grupos da Copa Libertadores e entra em campo no domingo, no Mineirão, às 16h30 contra o América-MG com um astral totalmente diferente.
© Pedro Souza / Atlético
Esporte Campeonato Mineiro
De repente, a partida final do Campeonato Mineiro vai ser disputada sob o impacto das estreias dos dois finalistas nas disputas sul-americanas, no meio de semana. A vida do Atlético-MG mudou da água para o vinho. Em vantagem na decisão, perdeu na estreia da fase de grupos da Copa Libertadores e entra em campo no domingo, no Mineirão, às 16h30 contra o América-MG com um astral totalmente diferente.
O palco da final vai estar lotado, com recorde de público garantido. Na quarta-feira a torcida atleticana já tinha comprado 46 mil ingressos, batendo no dia seguinte a sua maior marca do ano, de 46.482 torcedores. O Mineirão deve receber perto de 60 mil torcedores.
Maior campeão mineiro, com 47 títulos, e atual tricampeão, o Atlético busca o tetra seguido diante do América, com 16 títulos, o último deles em 2016. Fora da decisão, o Cruzeiro tem 38 títulos, com última conquista em 2018. O Atlético, portanto, briga para manter a hegemonia mineira.
Com a melhor campanha da primeira fase e após vencer na ida por 3 a 2, na Arena Independência, o Atlético-MG pode até perder por um gol de diferença que mesmo assim fica com o título. Já o América-MG goleou na estreia na Copa Sul-Americana e entra com o emocional renovado, precisando vencer por dois ou mais gols para ficar com o título.
No meio de semana, o Atlético-MG perdeu por 1 a 0 para o Libertad-PAR, em pleno Mineirão. O resultado gerou protestos da torcida e duras críticas do técnico Eduardo Coudet à direção atleticana, que não aceitou bem e o treinador balançou no cargo.
"Não era isso que tinham me prometido, com saídas de jogadores. Eu estava só com 18 jogadores, perdemos e foram criticados. Eu pedi para os dirigentes me arrumarem uma forma de saída no meu contrato", disse o técnico após as críticas recebidas pela derrota.
O técnico ainda criticou diretamente a diretoria atleticana: "O que me falaram é que vai ter um investimento em junho. Mas como chegar até junho? Perguntei para o investidor. Como chegar até junho com 20 jogadores? É o que há, então vamos trabalhar. Temos muitos bons jogadores. Poucos, mas muito bons. Vamos tentar jogar da melhor maneira. Assim que nos preparamos para jogar uma final?", questionou Eduardo Coudet.
No final da tarde de sexta-feira, após reunião com a diretoria, ele mudou o discurso e se desculpou: "Reconheço que não era o momento certo de dizer aquelas coisas, nem o melhor local, que seria de forma interna."
Do outro lado, o América superou o bicho-papão Peñarol-URU por 4 a 1 e lidera sua chave na Copa Sul-Americana, o que empolgou o técnico Vagner Mancini: "Jogamos contra um clube tradicional e, sem modéstia, poderíamos ter feito um placar maior. Nosso time está muito consciente de suas condições e vamos confiantes para esta decisão com o Atlético".
Para a partida, Eduardo Coudet terá como principal novidade a presença do atacante Hulk, que continua sendo decisivo para o time. Ele esteve ausente no jogo de estreia da Libertadores no Paraguai. O desafio será montar um time competitivo e com emocional forte após a pressão sofrida na quinta-feira. A tendência é que Patrick e Edenilson estejam no time titular, diferente da formação que atuou no primeiro jogo. O último foi vaiado na derrota na Libertadores.
Não há nenhum desfalque por disciplina, mas a lista de lesionados continua elevada: Guilherme Arana, Alan Kardec, Allan, Bruno Fuchs e Igor Rabello.
Pelo lado do América-MG, Vagner Mancini não terá o lateral esquerdo Marlon, expulso no jogo de ida. A baixa não será problema, pois o mesmo é considerado reserva. Nicolas está confirmado na posição. Com isso, o treinador deve manter a mesma base da equipe dos últimos jogos.
A goleada sobre o Peñarol encheu o América de motivação: "Teremos que atacar o Atlético. Não tem como ganhar da forma que a gente quer se não atacarmos. Mas o imponderável pode acontecer, como aconteceu no primeiro jogo. Não tem como ganhar, se não formos corajosos e atacar o Atlético desde o início da partida", afirmou Mancini.