Mayke, do Palmeiras, tem decisão favorável contra Willian Bigode no caso das criptomoedas
A decisão é relativa ao caso das criptomoedas
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Esporte Justiça
O juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª Vara Cível de São Paulo, acolheu o pedido do lateral-direito Mayke, do Palmeiras, e ordenou a penhora de 30% do salário do atacante Willian Bigode, que pertence ao Fluminense e defende o Athletico-PR por empréstimo. A decisão é relativa ao caso das criptomoedas.
Em julho, Mayke foi à Justiça para solicitar o bloqueio de 30% dos vencimentos de Willian com o objetivo de reaver o prejuízo de R$ 4.583.789,31 que teve ao investir com a operadora de criptomoedas Xland, sob recomendação da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, empresa de consultoria financeira que tem como sócios Willian e sua mulher.
O magistrado argumentou que o valor penhorado "não prejudicará o sustento digno" de Willian. Porém, a quantia a ser bloqueada ainda não foi definida, uma vez que a Justiça não tem conhecimento de quanto o atacante recebe de Fluminense e Athletico-PR.
"De toda forma, considerando os padrões salariais habitualmente praticados nos clubes brasileiros que participam das competições nacionais de elite - entre os quais o Fluminense e o Athletico-PR -, é certo que seu sustento digno não será prejudicado pelo deferimento do arresto no patamar de 30% da remuneração líquida", escreveu o juiz.
Mayke também quer receber mais R$ 3.250.443,30, que seria a rentabilidade prometida do período da aplicação de seu dinheiro com a Xland. O valor total da causa, portanto, é de R$ 7.834.232,61.
Em contato com o Estadão, Bruno Santana, advogado de Willian, afirmou que tentará "promover a correção dos equívocos" na decisão proferida para que seja feita a penhora das pedras de alexandrita, apreendidas pela Polícia Federal no último mês e supostamente avaliadas em mais de R$ 2,5 bilhões. As pedras, de propriedade da Xland, foram usadas como garantia no investimento. Willian pode entrar com recurso.
"É de conhecimento público a existência das pedras de alexandrita que é patrimônio da Xland - empresa, qual o autor efetivamente firmou contrato, o que nos espanta é a rejeição de penhora do único patrimônio da real devedora que ao menos documentalmente atesta-se, possuir valor muito superior à quantia cobrada judicialmente", disse a defesa do atacante.
"Caso porventura, o posicionamento seja reafirmado, nos valeremos do recurso cabível a fim de que o Tribunal de Justiça promova a reforma da decisão", completou.
PEDIDOS DE SCARPA NEGADOS
No mês passado, a Justiça rejeitou dois pedidos de Gustavo Scarpa para que Willian tivesse 30% do salário no Athletico-PR bloqueado. As decisões, às quais o Estadão teve acesso, foram proferidas pelo juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível de São Paulo.
Mayke e Gustavo Scarpa, atualmente jogador do Nottingham Forest, da Inglaterra, tentam ressarcir parte do prejuízo que tiveram ao investir em criptomoedas por meio da operadora XLand, indicada aos jogadores por Willian quando eles atuavam no Palmeiras, e seus sócios na empresa WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.
Willian Bigode iniciou sua relação com Gustavo Scarpa e Mayke quando ambos atuavam no Palmeiras. Segundo a Justiça, que tornou Willian réu no processo, a empresa do atacante do Athletico-PR atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da Xland.
Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto de provas que as defesa de Scarpa e Mayke juntaram aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.