Robert Scheidt volta ao país e disputa Brasileiro como parceiro do filho
A família Scheidt voltou recentemente a morar no Brasil, em Ilhabela (SP)
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Esporte Vela
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Robert Scheidt ainda era um adolescente quando se destacou na classe Snipe da vela. Agora um senhor de 50 anos, voltou a disputar um Campeonato Brasileiro, desta vez tendo como parceiro seu próprio filho, Erik Scheidt, de 14 anos. Entre 120 barcos, terminaram em uma ótima quarta colocação.
"Achei uma ótima oportunidade para a gente conseguir velejar juntos. Importante para aprender a tomar decisões juntos, desenvolver a comunicação, superar as dificuldades nas regatas. E para nossa grata surpresa a gente fez ótimo campeonato lá. Consegui um barco emprestado com um amigo, treinamos quatro dias em Ilhabela, depois um pouco no Rio, e foi muito bacana", conta Robert.
A família Scheidt voltou recentemente a morar no Brasil, em Ilhabela (SP), onde o filho mais velho, Erik, tem tido a oportunidade de treinar em diferentes classes. Tal qual o pai, bicampeão olímpico e nove vezes campeão mundial, e a mãe, Gintarè, prata olímpica e campeã mundial, tem um carinho especial pela Laser.
Mas também treina na Snipe e na Wing Foil, bem mais radical (o atleta se mantém em pé sobre uma prancha que fica acima do nível da água e é puxado por uma pipa que ele segura com as mãos). "Para dar um rolezinho é mais legal, mas o campeonato não tem comparação com o de Laser, de Snipe. É sempre um campeonato muito legal, com muitas experiências novas e amigos", diz o garoto.
Erik já tem o currículo recheado. Disputou três Mundiais de Optimist, barco de iniciação na vela, individual, em 2023 foi 13º no Júnior de Laser, na categoria ILCA 4 (um barco menor na comparação com o ILCA 6, olímpico) e, em dupla, 14º no Mundial de Snipe, no começo de 2024.
O problema: as participações foram defendendo a Lituânia, pátria da mãe. "Claro que eu gostaria de ver meu filho competindo pelo Brasil, mas eu casei com uma estrangeira, que também quer ver o filho participando pela Lituânia. O país onde ele tiver mais raízes vai ser o país que ele vai querer representar. Mas essa decisão não precisa ser tomada agora, com 14 anos de idade", afirma o pai. Pelas regras da World Sailing, o limite para a decisão é aos 16 anos.
Qual país representar, ser ou não um atleta de alto rendimento, e seguir carreira em qual classe, são três decisões para o Erik do futuro. Por enquanto, o menino é um adolescente, que está saboreando a vela.
"Nessa fase ainda tem que ir com bastante calma, não tem que acelerar as coisas demais, nem criar expectativa nele. Eu e minha esposa, a gente tenta sentir dele o que ele está realmente a fim de fazer. Não é que a gente dá de mão beijada, é subir no barco e ir. Ele que tem que querer, aí a gente faz de tudo para mandá-lo. Quando ele estava grande para o Optimist, ele que falou que tinha o Mundial de Laser, e que ele queria ir. E a gente mandou. Com essa idade, tem que fazer um pouco de tudo, são experiências muito válidas. Quando tiver 16, 17 18 anos, aí entra o trabalho árduo, que ele vai ter que decidir se ele vai querer. Ele tem que fazer o que ele gosta."
E O PAI?
Aposentado da vela olímpica depois do oitavo lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando competiu aos 48 anos, Robert tem se dedicado aos barcos grandes, da vela oceânica. Tem propostas sobre a mesa, mas ainda não fechou nenhum projeto para 2024.
Aos 50, não deixou de ser atleta, e quer contribuir com a formação de novos velejadores na Laser. "De repente até corro o Brasileiro (de Laser) em São Paulo, daqui uma semana, sem compromisso, para prestigiar a classe, tentar ajudar a nova geração. Quero aproveitar a dar uma força pra molecada na Laser, muita gente que pede ajuda, dar clínica... Alguma coisa vou fazer."