Corinthians chega a R$ 2,3 bilhões em dívidas, rechaça gastos e revela plano para pagar arena
O CEO Fred Luz negou que o clube esteja aumentando os gastos de maneira desordenada
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O Corinthians realizou nesta sexta-feira, no CT Joaquim Grava, o Dia da Transparência, para passar a limpo números da antiga e atual gestão. Dirigentes apresentaram detalhes de um relatório elaborado pela Ernst & Young (EY), o escritório Alvarez & Marsal, além do departamento financeiro do clube, atualizando a dívida bruta do clube para R$ 2,3 bilhões, com R$ 139 milhões somente em juros no primeiro semestre.
Além do presidente Augusto Melo, participaram do evento o diretor financeiro Pedro Silveira, o secretário-geral Vinicius Cascone e o diretor jurídico Leonardo Pantaleão. O CEO Fred Luz ressaltou um aumento na arrecadação do clube com patrocínios - de R$ 64 milhões para R$ 105 milhões. Dos R$ 374 milhões orçados, o clube já arrecadou R$ 347 milhões.
"Acho importante destacar esse aumento porque já falei que o clube tem um potencial enorme", afirmou o executivo. "Lá atrás, em 2013, quando cheguei no Flamengo, o sonho deles era chegar ao Corinthians. E agora estamos aqui para fazer o Corinthians passar todo mundo."
O CEO negou que o clube esteja aumentando os gastos de maneira desordenada, apontando que apesar do aumento no valor das despesas, de R$ 311 mi a R$ 326 milhões, o número ainda está abaixo do orçado. Para o segundo semestre, uma revisão orçamentária será realizada.
O clube ainda demonstrou um ganho de R$ 471 milhões com vitórias processuais, além de um superávit de R$ 19 milhões na janela de transferências do meio do ano, mesmo realizando operações como a chegada do astro holandês Memphis Depay.
"Quando vemos o esforços que o Corinthians está fazendo no futebol, contratando jogadores, aumenta a oportunidade de aumentar os ganhos com patrocinadores", afirmou Fred Luz, ressaltando uma valorização dos ativos comerciais.
Mais calado, o presidente Augusto Melo, que é alvo de um pedido de impeachment, desabafou ao fim da coletiva. "Tudo que eu peço é que nos deixem trabalhar. Todos nós somos corintianos e queremos o melhor. Se todos derem as mãos, ninguém segura o Corinthians."
A realização do evento era uma promessa do presidente Augusto Melo e inicialmente aconteceria em 14 de abril, mas acabou sendo adiado. De lá para cá, o clube divulgou o balanço financeiro do primeiro semestre, em que apontara um déficit de R$ 45 milhões, e uma elevação da dívida para R$ 2,1 bilhões.
DÍVIDA DA ARENA
O diretor financeiro Pedro Silveira apresentou um projeto para a questão da dívida da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal, na casa de R$ 1,5 bilhão. A ideia é lançar cotas de um fundo imobiliário para os torcedores investirem, ajudando a tratar a pendência. O projeto ainda é embrionário e foi idealizado na gestão anterior, de Duilio Monteiro Alves, mas não foi para frente.
"Resgatamos esse projeto porque realmente achamos ele muito bom. É uma maneira dos torcedores também serem donos da Arena e, quem sabe, ajudar a o clube a pagar essa dívida", disse Silveira, ressaltando que a diretoria também trabalha com a Gaviões no projeto Pix da Fiel, para viabilizar valores para o pagamento do estádio.